Como identificar oportunidades em negócios fazendo o que ama e realmente ajudar o seu cliente? Essa é uma história de quem empreende com EMOÇÃO!

Em entrevista exclusiva com  Sheyla Santoso fundadora do Portal EmpreendedorismoEdevaldo Figueiredo fundador da Itesc Card, conta como superou a falência de antigas empresas e através de identificar oportunidades fundou a Itesc Card, rede de convênio médico de sucesso, dedicada principalmente ao sul de Santa Catarina. Veja abaixo:

Portal Empreendedorismo: Como surgiu a ideia de ser empreendedor?

Edevaldo Figueiredo: A ideia surgiu da possibilidade de fazer algo, sair um pouquinho fora da caixinha que a sociedade nos move né, pois nascemos e somos educados a trabalhar para alguém, e para sairmos fora dessa caixinha temos q ter desafios maiores, e isso é fazer algo, é construir um negócio próprio. Então me formei aos 24 anos em Educação física, e até então eu pretendia ser professor de educação física, mas vi que era uma área que na época não propiciava tanto meios financeiros, hoje em dia está até um pouco diferente, o pessoal se forma e trabalha como educadores físicos, então há grande possibilidade de crescer nessa área, mas na minha época não tinha, então eu vi que precisava fazer algo a mais para crescer financeiramente, então a ideia de empreender foi para efetivar os negócios e até eu iniciar o ITESC no ano 2000, mas antes disso eu tive vários negócios, várias outras pequenas empresas iniciadas e que não davam certo, então foi um aprendizado, eu montei essa empresa aqui aos 33 anos, então até chegar aos meus 33 anos eu tive praticamente 10 anos trabalhando no ramo de vendas, vendendo uma coisa e outra, coloquei dois negócios anteriores que não deram certo até iniciar o negócio aqui do ITESC mais voltado pro ramo da saúde, porque eu estava ligado na área da saúde, pois como me formei em educação física, eu sempre fui muito ligado a área esportiva, e a área da saúde, então isso fez com que esse projeto desse certo para mim pois estava ligado a área da saúde, e foi por ai a vontade de empreender.

Portal: Você tem uma noção de quantos negócios você teve antes da ITESC CARD?

Edevaldo: Ah, antes da ITESC eu tive duas pequenas empresas, uma era empresa de mercadorias que eu mesmo produzia e às vezes comprava alguma coisa e revendia direto de porta em porta, e depois eu tive uma confecção que na época eu estava em grande alta, eu fazia capas de colchão. Eu vendia colchão, aqueles mais caros, ortopédico magnético, e eu vi uma grande oportunidade nesse negócio, esse colchão era caro, e as pessoas queriam uma capa para esse colchão, e minha mãe era costureira, e todas as pessoas que eu vendia esse colchão pedia a capa e eu ia nos comércios para comprar a capa e não tinha, ai eu larguei o colchão e comecei a confecção dessas capas tanto para as pessoas com os colchões novos como para os outros colchões. Tive umas 30 costureiras e vendi muita capa de colchão aqui no estado de Santa Catarina, só que era uma época que eu tinha vinte e poucos anos, sem experiência ainda no ramo de ser um empreendedor, algumas coisas ainda erradas, irresponsabilidades feitas, que, na verdade me fez aprender, então eu fechei minha empresa, quebrei minha empresa na verdade, mas o grande mérito foi quebrar e fechar sem ter nenhuma dívida, é isso que dá força às vezes para o empreendedor levantar né, pois quando quebra com muitas dívidas é difícil querer levantar, não que não seja possível, é! Mas tem gente que não levanta nunca, que não é o meu caso, eu fali sem dever nada, e isso me deu tranquilidade para começar de novo. E mesmo depois da confecção de capas de colchões eu tive mais uns dois ou três negócios antes, vendia de porta em porta até chegar no ramo da saúde.

Portal: Baseando nisso, quais os maiores desafios que você encontrou nesses primeiros passos e como conseguiu superar?

Edevaldo: Olha, o grande desafio quando começamos nosso negócio foi financeiro, começamos com muita dificuldade, sem capital de giro, sem nada, não tinha nem dinheiro para comprar um computador naquela época nem nada, tivemos que fazer um financiamento em 24X (risos) o computador era bastante caro então financiamos em 24X (risos). E para desenvolver o trabalho precisávamos nos locomover, precisávamos de um carro, e nem tínhamos isso. Então nossa dificuldade foi a questão financeira mesmo, não tínhamos um capital de giro, é bem difícil começar um negócio sem dinheiro, é complicado, não sei se hoje eu começaria, não sei se teria coragem de fazer isso, teria que ter um capital de giro, ser mais pé no chão.

Na época como era um serviço grande, tivemos um crescimento muito rápido, pegamos o financiamento que nem foi de banco, foi um empréstimo pessoal, pois o banco não tinha possibilidade de fazer empréstimo para empresa que estava iniciando. Então começamos a trabalhar com esse empréstimo pessoal, e crescemos muito rápido, em um ano e meio por ai tivemos um bom faturamento já.

Eu tinha um sócio na época, em dois anos tivemos cinco escritórios fora daqui, então já houve crescimento e teve atrito entre eu e o meu sócio, pensamentos e ideias diferentes, então a gente resolveu dissolver a sociedade, e na época foi uma boa, pra época foi uma boa grana (risos) essa dissolução da sociedade. Então crescemos muito rápido, o empréstimo já tinha pago, já estava sobrando dinheiro, o computador já tinha pago (risos) já estava com um escritório maior, e aí quando começou a andar começou o desafio maior ainda, achamos que era na época por não ter dinheiro, mas o desafio maior foi quando começou a sobrar o dinheiro, o desafio maior é quando começa a ganhar o dinheiro (risos), pois quando começa um negócio você tem a vontade, se der certo deu, se não der não deu, não tem tanta responsabilidade, mas a hora que começa a ganhar dinheiro, quando começa a colocar gente trabalhando contigo, percebe que precisa de um financeiro, então o desafio maior era esse, pois qualquer coisa errada que tu faça, qualquer deslumbramento vai tudo por água abaixo. Por isso muitos empreendedores depois de 03, 04, 05 anos acabam quebrando e ficando em uma situação pior do que quando começou, pois deslumbram com um pouquinho de dinheiro que ganham e acha que vai ganhar sempre aquele dinheiro e não fica preparado para os momentos difíceis.

Quando começa a sobrar dinheiro você se pergunta o que vai fazer, vamos reinvestir, e a gente que vem do nada, quando começa a sobrar dinheiro a primeira coisa que vem na cabeça é para comprar algo para se satisfazer, satisfazer a família, comprar um carro melhor, comprar um apartamento né, então a gente ter essa disciplina de não utilizar o dinheiro da empresa para comprar algo pessoal é desafiador, não é fácil não (risos). Eu morava em um apartamento simples alugado e meu carro era o da empresa, e a empresa estava faturando muito, e para você ter essa disciplina não é fácil (risos), e esse pensamento era o meu, o meu sócio não pensava assim, ele queria carrão e muito mais, então por isso dissolvemos a sociedade, o pensamento dele era diferente do meu, eu já tinha afundado duas empresas e não podia cometer o mesmo erro.

Portal: Como surgiu a ideia da empresa?

Edevaldo: A empresa iniciou comigo, depois trouxe esse cara para ser meu sócio para ajudar com um pequeno investimento na época  que foi 5 mil reais, ele se tornou meu sócio com 5 mil reais (risos), então iniciou de um trabalho que eu estava fazendo, visitando algumas confecções que tem na região no ramo têxtil, nesse caso tem muitas mulheres trabalhando, e eu vendia outros produtos dentro da linha da área da saúde, sempre tive mais facilidade na área da saúde, então voltei a vender produtos magnéticos, e eu vendia um produto magnético para as mulheres, que era um bojo magnético que tirava as dores de cólicas menstruais e auxiliava na circulação sanguínea, era um bojo que tinha várias pedras magnéticas e as mulheres usavam isso por baixo do sutiã, e auxiliava na circulação sanguínea e auxiliando na circulação sanguínea, ajudava a diminuir dores das cólicas menstruais, e fazia esse trabalho vendendo esse produto nas empresas, nas confecções. E como era sobre saúde eu convencia o gerente a falar com as mulheres sobre saúde, fazia uma pequena palestra sobre a importância de cuidar da saúde, desde alimentação a produtos, e dentre esses produtos eu mostrava o bojo magnético que servia para auxiliar na circulação sanguínea e ajudava a diminuir dores das cólicas menstruais, e oferecer um  produto desse onde só tem mulheres numa confecção, e tu diz pra ela que aquele produto é bom para ajudar a diminuir a dor de cólicas menstruais, eu tinha uma (risos) uma grande aceitação do produto (risos), e 70/80% das mulheres que utilizavam realmente funcionava, era um produto que funcionava, não era enganação, e eu tinha bastante aceitação. Só que para falar do produto eu tinha que falar de saúde, e para falar de saúde eu tinha que fazer algumas perguntas para elas, e dessas perguntas eu perguntava quem ia no médico regularmente, e quem fazia exame de prevenção de câncer de mama. E eu notava que muito poucas fazia exame de prevenção de câncer de mama e muito menos iam aos médicos, e falavam que era caro a consulta. , aí pensei assim: Ué o pessoal não vai ao médico? Ah, porque é caro as consultas.

Ai eu tinha um amigo meu, um médico, que ainda hoje é meu amigo, japonês (Terue Watanabe), que trabalhava com acupuntura, e ele é muito voltado a área da saúde né, faz uma medicina alternativa, acupuntura, ai eu conversei com ele e falei que o pessoal das confecções tinham grandes dificuldades de acesso aos médicos, e perguntei se ele não queria que eu fizesse a divulgação do nome dele nas empresas, e ele falou que seria uma boa, ai fizemos a parceria de que cada pessoa que eu indicar aqui, você não vai cobrar uma consulta sua X, você vai cobrar menos. Aí eu vinculei com meu produto, de que quem comprasse o meu produto, ganhasse uma consulta lá no médico mais barato, 50% do valor, ai para elas passarem no médico eu tinha que vender ele, falar dele, e aí as pessoas começaram a comprar o meu produto e ir no médico, aí eu deslumbrei e vi uma outra possibilidade de negócio, que é levar o pessoal a ir em outros médicos e não ir só nele, então eu comecei a fazer parceria com outros médico, e como monetizar isso? Aí eu larguei os produtos e comecei a bolar um projeto para ganhar dinheiro levando as pessoas para irem até os médicos né,  e eu não podia cobrar dos médicos, e ai surgiu a empresa, surgiu a ITESC. E nós somos um dos pioneiros, nós começamos em 2000 e em 1999 teve uma outra empresa aqui em Santa Catarina e nós só soubemos depois, então praticamente fomos o segundo nesse segmento. Temos que ficar atentos as possibilidades e oportunidades, e estava relacionado a área da saúde que eu gosto e que já trabalhava.

Portal: Qual o diferencial da ITESC?

Edevaldo: O nosso grande diferencial é a nossa preocupação com nossos clientes, pois iremos ajudar ele dentro da necessidade dele. Não estamos preocupados com as vendas, valor monetário, a grande preocupação é de solucionar o problema do cliente, e isso tudo é passado para nosso departamento.

De final de 2015 para cá iniciamos uma mudança e ainda estamos em constante mudança, de como é vender nosso serviço, como é vender nosso produto. Tivemos uma grande resistência principalmente do departamento comercial, uma grande barreira enfrentada para mudar, “olha eu não quero que você faça esse tipo de venda, nossa abordagem não é mais essa”, pois as pessoas não compram pela necessidade da empresa, elas compram pela própria necessidade, e nós vendíamos bastante mas não estávamos fidelizando o cliente, e a ideia do que a gente tem é de satisfazer ambos os lados, e fidelizar o cliente.

Portal: Qual o fator mais importante para o sucesso da sua empresa?

Edevaldo: Ah, é a equipe! A interação de todos! Ninguém chega a lugar nenhum, nenhuma empresa, se não tiver uma equipe boa uma equipe que entende. Nós tivemos uma reformulação, e equipe que permaneceu abraçaram o novo formato. Nós entendemos que a empresa não cresce mais se o colaborador não crescer, e hoje temos campanha de incentivo a leitura, todo mês cada um é obrigado a ler um livro e apresentar uma resenha, então todo final de mês fazemos uma reunião e cada um lê a sua resenha, apresenta o que aprendeu, estamos fazendo com que cada um comece a abrir um pouquinho a mente, que tenha uma evolução pessoal, pois se cada um evoluir a empresa evolui também, eu não acredito em empresa crescendo se cada colaborador não crescer também, se não a empresa não cresce homogênea, cresce com dificuldades. A pessoa precisa inovar, estar em constante mudanças, correr atrás, pois as coisas mudam muito rápido, saber se comunicar, se não acompanhar essa evolução tecnológica ela fica para trás, eu não vejo hoje o crescimento de uma empresa sem que cada um cresça individualmente também, e hoje o nosso maior preocupação é que cada um se desenvolva, está sendo uma luta mas (risos) estamos nos processos.

E o fator mais importante é a equipe, hoje nós temos uma equipe muito boa, mas se essa equipe boa não estiver em constante desenvolvimento ela tá boa hoje, mas daqui um mês ela pode não estar mais, daqui a seis, um ano e meio ela pode não estar mais. Nós não temos uma equipe boa, nós estamos com uma equipe boa! Se tu pensar que a gente é bom, acabou! Tu tem que pensar que está bom, porque se a gente não estar sempre se aperfeiçoando, a gente deixa de ser bom, e procurando sempre o desenvolvimento individual de cada um.

Ah eu sou bom! Mas porque você é bom? Porque faço isso, faço aquilo… Passa seis meses, e você continua fazendo a mesma coisa e dizendo que é bom, mas você faz a mesma coisa que fazia a seis meses atrás como pode dizer que está bom ou que é bom ainda? E as mudanças?

Portal: Qual a expectativa para esse semestre e o próximo ano?

Edevaldo: A expectativa é de crescimento. Estava com grande dificuldade de encontrar mão de obra qualificada, especialmente na área de Call Center, principalmente no nosso serviço que é por telefone.Então para achar essa mão de obra pra vendas por telefone, da forma que queremos que entenda a necessidade do cliente, então estamos bem seletivos, ai nós temos dificuldades de encontrar essa mão de obra. Então nós estamos com outro problema agora, iniciamos a nos prevenir, fazemos um mini curso de 15 horas, vamos estender para 20 pois 15 horas não foi suficiente, curso de Contact Center, porque hoje não existe mais Call Center, existe Contact Center, e o que é Contact Center? É de que forma que tu vai contactar a outra pessoa, por telefone, por e-mail, whatsapp. Então não basta a pessoa se comunicar por telefone, ela precisa saber escrever, tem que saber o que escrever, tem que saber falar o português se comunicar, entender o que o cliente quer dizer e fazer com que ele entenda melhor. Então hoje o Contact Center tem esses vários meios de comunicação, então não é só falar, tem que treinar as pessoas a falar bem no telefone, sem vícios de linguagem, hoje contratamos uma pessoa para coordenar esse projeto porque estamos mais seletivo, pra isso criamos esse curso que ensina toda esses meios de comunicação com o cliente, ensina a escrever, dá uma visão geral de o que é o Contact Center,  e já aproveitamos selecionamos talentos para trabalhar conosco.

O primeiro programa nosso (chamado de caça talentos) foi em julho com 15 horas agora vamos estender para 20 horas, e desse primeiro conseguimos tirar um talento. Hoje uma grande dificuldade que vejo nas empresas que eles reclamam é que não tem gente capacitada para trabalhar, então eles contratam quem eles acham que tem potencial, aí vai para a prática, e eles não fazem um treinamento, e passa um tempo começa a falar mal do funcionário porque não toma iniciativa, porque não faziam nada, mas eles que não fizeram, não é culpa do colaborador, é eles que não propuseram a investir tempo e dinheiro para treinar as pessoas, eles se preocupam em treinar depois que contratam, e sim é importante, pedem indicações, e não querem garimpar os talentos.

Portal: O que você diria a alguém que está iniciando um negócio?

Edevaldo: Persistência, acreditar que aquilo que está fazendo não é para ganhar dinheiro, se estiver pensando em botar um negócio pra ganhar dinheiro desiste! Pode fazer outra coisa da vida, porque tu não tem que botar um negócio pensando em ganhar dinheiro, tu tem que botar um negócio que vai ser útil na vida das pessoas, tu vai botar um negócio porque precisa ganhar dinheiro não vai dar certo. E o que eu diria hoje é, persistência, acreditar que o seu negócio vai ajudar, vai fazer diferença na vida das pessoas com seu serviço ou seu produto, o dinheiro é consequência, agora se tu vai botar um negócio pensando em dinheiro, eu acredito que não vai dar certo! (risos) agora pode ser que dê, e vai ter que mudar o pensamento daqui um ano, dois e vai ter que mudar senão ele não se mantém. O que eu diria a alguém que está iniciando um negócio? É persistência e se entregue com emoção, não pense em dinheiro que vai ganhar.

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