Arquiteta brasileira especialista em ambiente de trabalho fala das novidades para o próximo ano que vão garantir melhorias de saúde e produtividade nos escritórios
A preocupação com a qualidade de vida e bem-estar dos colaboradores são alguns dos itens que têm conquistado cada vez mais importância nos últimos anos dentro das empresas, sejam elas de grande, médio ou pequeno portes. E é um movimento que vem crescendo especialmente na Europa. A arquiteta Priscilla Bencke, especialista em neurociência aplicada à arquitetura na Qualidade Corporativa, acaba de trazer da Alemanha as tendências de mobiliário corporativo que foram apresentadas durante a feira Orgatec, uma das principais do mundo nesse segmento.
Segundo dados apresentados na Orgatec, a partir de um levantamento realizado pela Bifma, no período de 2016 ao início de 2018, a comercialização de mobiliários para lounges aumentou 19%. E só esse ano já cresceu 8%. Por sua vez, o mesmo estudo aponta ainda que aumentou 74% a comercialização de mesa com regulagem de altura, e esse ano, até o momento, esse índice já subiu 13%.
“O ambiente pode e deve ser usado como uma ferramenta para a empresa. É muito mais fácil adequar e modificar o ambiente pensando nas necessidades dos colaboradores do que tentar fazer o colaborador se adequar ao espaço. Isso é uma ferramenta disponível e que poucas empresas se dão conta das possibilidades. Num momento onde torna-se necessária a redução de custos, não há investimento melhor do que preparar um ambiente de trabalho que oferece qualidade de vida e bem-estar para as pessoas, resultando em maior produtividade”, completa a arquiteta Priscilla Bencke, que é especialista em ambientes de trabalho.
Dentre as principais tendências para 2019 em mobiliários corporativos, estão:
– Mesa com regulagem de altura
– Mesas com formatos orgânicos (inspiradas nas formas da natureza, como as curvas e traços que dão a impressão de movimento)
– Presença da vegetação
– Tecnologia 100% presente nos espaços de trabalho. Entrada de USB em praticamente todas as áreas, assim como locais para carregar celular por indução, inclusive na própria mesa de trabalho
– Mobiliários retráteis (mesa dobráveis, assim como painéis e divisórias)
– Opções de banquetas com design inovador e confortável
– Suportes com preocupação de ergonomia, inclusive colocados sobre a mesa para quem não tem regulação de altura na mesa
Ambientes corporativos no Brasil
No Brasil, existem normas que regulamentam como devem ser esses materiais, especificando suas medidas para que o colaborador tenha qualidade de vida e bem-estar no ambiente de trabalho. Uma das normas é a NR17, que está diretamente ligada ao Ministério do Trabalho e trata da ergonomia e define as especificações de como devem ser as mesas e as cadeiras. “Já está comprovado que se o mobiliário não for adequado, pode causar uma doença física ao colaborador. Se a pessoa está com dores físicas, por mais que ela esteja motivada e queira realizar seu trabalho, ficará mais difícil e isso vai gerar ainda o estresse”, diz Priscilla Bencke.
A arquiteta Priscilla Bencke aponta ainda alguns dados da pesquisa realizada pela “Human Spaces”, na qual destaca-se a importância de ambientes biofílicos, ou seja, a presença de vegetação no espaço de trabalho. Segundos os dados deste levantamento, quando há a presença da natureza no local de trabalho, a produtividade chega a aumentar 15%, bem como a criatividade (15%) e a produtividade (6%).
“Muitas vezes não percebemos as influências do meio externo, pois muitas delas entram em nosso cérebro de forma inconsciente. Nós somos seres sensoriais. Temos receptores em nosso corpo que interpretam as informações do meio externo e enviam para o cérebro. Consequentemente, isso vai gerar uma emoção, estimulando um determinado comportamento”, explica Priscilla.
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