Reflexão acerca da idade no mercado de trabalho e a dificuldade dos empreendedores corporativos 50+

Hoje faremos uma reflexão relacionada aos heróis e heroínas do mercado, os 50+,  empreendedores das Corporações (lembram-se que em meus textos anteriores digo que TODOS podemos empreender em ambientes os mais diversos possíveis?) que sofrem bastante a discriminação devido àquele  numerozinho na frente da palavra “anos”.

Escrevo este texto para vocês que pensam em empreender, lembrando sempre que empreendedorismo não se limita apenas a “abrir um negócio” mas também existe e deve ser estimulado dentro das corporações. São os profissionais corporativos que buscam incessantemente reinventar seu ambiente de atuação que tornam as Instituições ricas em termos de conhecimento e relacionamento, pois eles possuem a coragem e a ousadia de criar e multiplicar. Estes também são empreendedores!

Peço licença a todos para usar como título desta reflexão, o mesmo usado por Stephen Hawking em um de seus mais famosos livros (Uma Breve História do Tempo). Não é meu objetivo fazer nenhuma análise das estruturas físicas do tempo, mas ao ler o livro do professor Hawking, falecido em março de 2018, veio-me a idéia de pensar sobre o que, no mercado de trabalho significa o nosso tempo em termos de anos de idade, porque as pessoas mais maduras que perderam seus postos ou que após a aposentadoria decidem retornar ao mercado, tem tanta dificuldade em se recolocar.

Por qual razão as Organizações resistem tanto aos empreendedores do 3º tempo, a confiar suas oportunidades a pessoas que já entraram na maturidade? O que há de errado conosco? Ah, sim, não somos da geração Z, aquela da informação rápida, que não assegura conteúdo, que gosta de dialogar com o smartphone, que se acostumou ao empobrecimento das relações humanas, do convívio, da troca de experiências na vida real, que vive nos guetos virtuais, todos perfeitos, desconectada da realidade humana, da grandeza da interação entre os diferentes, do aprendizado.

Somos da geração Baby Boomer, a que tomou na veia o conhecimento, a que buscou incessantemente o aprimoramento, a que se organizou para brincar, a que levou palmadas dos pais e nem por isso morreu, a que aprendeu a construir brinquedos e sonhos, a que não tinha smartphone, smartTV, smartrobô, smartcar, smarttudo, mas tinha algo muito mais smart: o cérebro! Essa máquina para lá de smart e desconhecida até hoje. Somos da geração que produziu grandes profissionais, como Augusto Cury, Max Gehringer, Mário Cortella, Gustavo Franco, Joaquim Levy, Bernardinho, Tite, Armínio Fraga e tantos outros, a geração 3D, dedicação, desprendimento e diferenciação.

Dado que em alguns anos a população brasileira tornar-se-á mais madura, o que as Organizações estão fazendo hoje para viver o futuro em que haverá mais profissionais maduros que jovens! É exigida do candidato às oportunidades postura de comprometido, empreendedor, vencedor, desafiador, líder, pioneiro, enfim posturas que buscam resultados rápidos, eficazes e com os pés no futuro!

E as Organizações, que postura assumirão? Se exigem desafiadores, por que também não aceitam o desafio de apostar (e ganhar) em uma pessoa que traga força, garra, compromisso tudo aliado ao bom senso, que faz pensar antes agir (mas pensar assertivamente, não o pensamento de quem é inseguro), agir diretamente no ponto com assertividade, foco,  têmpera, interação, liderança!

Não se trata aqui de denegrir os jovens! Eles estão chegando ao mercado, precisam ter sua oportunidade para tornarem-se os profissionais de bom senso, de sucesso. E também não se quer criticar os avanços da tecnologia que existe para nosso serviço e não o contrário! Muito menos de se criar as terríveis “quotas” de vagas para os velhinhos! Isso seria o fim! Queremos competir em igualdade com os que desejam de fato trabalhar e colocar suas habilidades e competências para o empoderamento do ambiente de trabalho e da comunidade como um todo. A pessoa madura sabe muito bem como fazer isso, mas precisa ter a chance de mostrar isso e se não houver sucesso, saiba sair de campo com a cabeça erguida, afinal, um dia após o outro tem muito a ensinar para jovens e não tão jovens assim.

Para ilustrar de maneira bem lúdica esta reflexão, conto uma deliciosa historinha que eu mesma vivi. Acrescentei alguns itens para tornar mais leve a mensagem que quero passar para quem tem a paciência de me ler, pelo que antecipadamente agradeço.

Vamos a ela?

A Breve estorinha do tempo….

A Entrevista:

“…Afinal chegou o dia da entrevista….tão esperado!! Faz tempo que ela vinha buscando uma recolocação, mas estava tão difícil!!!

Na casa da candidata:

“Como não consegui nada até agora? Só porque tenho 59 anos, estou aposentada, mas jamais pensei em ficar jogando dominós na praça com os outros velhinhos? Never!!!

Sou graduada, pós-graduada, doutorada, pós-doutorada, pós-pós-pós-pós, algo exponencial de especializações, sou Doutora Honoris sem causa, falo 50 idiomas, fiz 500 cursos de Coaching, 450 pró-bonos, hipnotizo até tubarões, e nada?

Como isto? Bem, mas é hoje ou nunca mais!!

Bem, a professora disse que eu tinha que ser discreta, fazer rapport com o entrevistador, responder somente às perguntas que ele fez e nada de falar sobre o tempo. Já sei de cor e salteado.

Vamos ao look: deixe-me ver…huuuumm já sei!”

E lá foi ela com 3 horas de antecedência (mora a 20 minutos do escritório onde será a entrevista), pois sabe-se lá…pode acontecer algum coisa no caminho, não é? Entrevistador não gosta de atrasos (“ele pode atrasar um dia inteiro, mas eu não posso nem um nanosegundo…”.)

Foi como diz “vestida para matar”, sapato de oncinha, bolsa de oncinha, camisa de oncinha, colar com motivos de oncinha, um xale leve de oncinha…tudo combinadinho…uma fofura….

“Qual entrevistador que se esquecerá de mim? A professora disse que eu tinha que ser discreta! Quer coisa mais discreta que uma onça caçando? Você ouve o vento mas não ouve nem o mexer dos bigodes do felino! Então este look de oncinha é a discrição personificada!! Certeza que a vaga é minha!” Serei sempre lembrada como a mulher da onça!!!

Será que o entrevistador não atrasará? Será que vai demorar muito nossa conversa? Mas podiam evitar todo esse stress! É só dizer quando posso ir trabalhar, puxa! Vixe, que burocracia! Essa vaga tem que ser minha, até roupa já comprei!Tudo combinado, zebras, tigres, onças, tudinho! Vou ser a super-executiva do Simba Safari!! Não é genial?”

Na casa do entrevistador:

“Nooosssa! Estou atrasado!! Logo hoje que tenho que fazer tantas entrevistas! E o noticiário informou que o trânsito está intenso, devido àquela maldita ponte sobre o Rio Pinheiros que caiu dois metros!! Caramba, mas tinha logo que cair agora? Por que não cai em época de férias? “

Começa a repassar sua agenda do dia e vê tantas entrevistas que já fica exausto só de olhar!! Lá estava a entrevista da oncinha!

“Caramba, mas vou ter mesmo que entrevistar essa dona? Putz, aquela Consultoria que contratamos para identificação dos talentos, ousou me enviar uma tia para eu entrevistar? Com certeza não vai passar da primeira pergunta! Aff, me metem em cada fria, que vou te contar! Se bem que preciso reconhecer que o Curriculum dela é algo!!

Fazer o quê? Ossos do ofício! Bora fazer as entrevistas!!”

No escritório da Empresa:

E lá foi dona Oncinha para a sala do entrevistador, que não conseguiu segurar um ataque de riso quando a viu entrar. Como era para fazer rapport, dona oncinha começou a rir sem parar também, mas de nervosa. E os dois não paravam de rir! Era cômico, para não dizer trágico!

Lá pelas tantas depois de tanto riso, os dois já não se aguentavam em pé e sentaram-se. O entrevistador tentou começar a fazer as perguntas clássicas, já com a crença estabelecida que seria perda de tempo.

Ela foi respondendo do jeito dela, com desenvoltura e com o olhar fixo no entrevistador, que não acreditava no que via e ouvia, principalmente no que via….

Aí, ele que não queria mais perder tempo, tascou uma última pergunta, achando que jogaria uma pá de cal nas esperanças da tia candidata:

“A senhora acredita que é capaz de enfrentar o mega desafio de trabalhar em uma Empresa como esta, com nossos Executivos? “

Dona oncinha parou e olhou bem nos olhos do entrevistador com um certo quê de revolta e uma certa aura de indiferença….E lá desferiu o petardo:

Sua Empresa e seus executivos acreditam serem capazes de enfrentar o mega, blaster, super blaster desafio de encarar o trabalho com uma pessoa na terceira idade??????” FIM.

Pois então, hoje estamos vivendo um momento em que se fala muito em gerações: é baby boomer, é geração Y, Z, Millenium, NemNem, etc.

È totalmente sabido, embora as Instituições jurem de pé junto que não exista tais atitudes, que existe sim, discriminação contra a entrada no mercado de pessoas com mais de 50 anos.

È uma crença arraigada, enraizada no mercado que uma pessoa dessa faixa etária já está muito ultrapassada e por este motivo não conseguiria adaptar-se ao “admirável mundo novo” que se tornou o Mercado, totalmente plugado, onde a velocidade de informação é absurda, onde as respostas precisam vir de forma imediata, sem erros, onde a Tecnologia é a grande aliada de todos os que conseguem dominá-la, onde várias funções estão sendo substituídas por robôs e onde as pessoas que anteriormente faziam essas funções tiveram necessidade de se reinventar, caso contrário teriam que dar adeus ao emprego!!

Alguma coisa está fora de ordem nesse mundo, pois nunca houve tanta disponibilidade de ferramentas, meios de comunicação, redes sociais, informação, que possuem o poder de influenciar e direcionar as atitudes e comportamentos das comunidades que hoje estão totalmente interligadas em escala global.

A questão é que há um paradoxo interessante em nosso atual cenário: a Era da Informação não tem se mostrado eficiente e nem tem apresentado muita qualidade no que diz respeito às mensagens e textos veiculados nas mídias. Dois exemplos clássicos foram no mesmo nível as eleições americanas e nosso próprio processo eleitoral, isso sem contar os dezenas de milhares de outros exemplos. Estamos vivendo um momento em que a ética, o respeito às Instituições e às pessoas muitas vezes são completamente ignorados.

Além disso, a Era da Informação, (aqui quero deixar muito claro que não tenho absolutamente nada contra  sermos cada vez mais plugados, relacionados virtualmen te, que estejamos antenados com toda a prodigiosa evolução dos meios de comunicação e da informação rápida e em larga escala,) que transformou o perfil do profissional a ser desejado pelas empresas, quase não permite mais diálogo, interação, convívio, os quais são fundamentais para a multiplicação do conhecimento e da troca de experiências de vida e pessoais, o que de fato enriquece e agrega uma pessoa que está buscando a construção de sua vida profissional e mesmo pessoal. Em alguns aspectos de nossa vida corporativa acabamos incorporando atitudes, posturas e comportamentos que adquirimos em nosso meio profissional, por esse motivo penso ser tão importante sabermos construir nossa carreira, através do conhecimento técnico e pela interação com pessoas mais experientes, as quais tornam-se modelos para quem está chegando. Entendo que esse tipo de relacionamento é fundamental nos programas de Trainees.

Vejam que oportunidade: as Organizações ao realizarem seus programas de talent acquisition, poderiam incluir na fase de treinamento de seus jovens futuros executivos módulos de imersão com gestores mais maduros, os quais foram ex-funcionários da Organização, dando uma dupla chance de troca de conhecimentos, de um lado para quem já está fora e de outro para quem está começando a trilhar o caminho; seria o encontro e o diálogo da experiência, da sensatez e da disponibilidade em passar conhecimento, com a energia, o novo conhecimento e a vontade em agregar a tudo isso sabedoria, que ainda não existe. Será que não dá para tentar? O que impede a Corporação de fazer essa tentativa? Vamos lá Diretores de RH, CEOs!! Força na peruca!

Deixe-me mostrar que ainda sei trabalhar!!! */**#@!!! Sei sim senhores!! mas se não permitirem como provarei??

Tenho o conhecimento adquirido à custa de comprometimento, dedicação, assertividade, foco, meta, direção, curiosidade, garra, luta, sacrifícios pessoais, leituras, tentativas e erros, falhas, sim muitas falhas (não existem falhas, existem feedbacks e falhas são degraus, não pesos!), mas também tenho delicadeza com as pessoas, respeito por mim mesma e pelos outros, coisa que hoje parece tão natural não ter nas ditas “novas relações”. Vamos aprender a sermos profissionais talentosos sem deixarmos de ser pessoas completas, pela consolidação das esferas profissionais, pessoais e espirituais que compõem nossa existência.

Aproveite  minha experiência para provocar em seus talentos a vontade de serem experientes, inovadores, empreendedores e corajosos!!!

Esta reflexão é colocada por mim para criar o contexto da questão qual seja a “existência” de um conflito, uma discriminação de gerações, um comportamento que se reproduz constantemente (às vezes inconscientemente) nos ambientes de trabalho, caracterizando-se como um novo desafio entre todos os outros novos a serem enfrentados pelos gestores e líderes.

Convenhamos, esse desafio não é nada fácil, na medida em que cada vez mais, como já foi dito aqui a população vai envelhecendo e desta forma o contingente de profissionais  da terceira idade tende a ser maior, até porque existe mais um aspecto importante: o que é a terceira idade hoje? Tenho quase 60 anos e honestamente sinto-me com 40 ou até menos se não fossem as artroses (rs) no corpo, porque no cérebro elas não existem! Artrose cerebral existe em quem para e muitas vezes isso ocorre porque VOCÊ, profissional de RH e CEO, não querem ou por “n” motivos não podem enxergar juventude onde ela existe de fato. Em mim ela existe sim senhor! Procurem e a encontrarão!

Hoje temos convivendo nas Organizações profissionais Baby Boomers, geração à qual pertenço, Geração X , Geração Y e os pós anos 80, e logo, logo entrarão os pertencentes às gerações Z.e I.

Como será essa nova convivência? Você gestor, líder, CEO, profissional de RH, CEOs de Start ups, sente-se preparado para navegar nessas águas? Já pensou que terá que adquirir skills para administrar conflitos de natureza diversa dos atuais, que fatalmente ocorrerão, motivados pela diversidade de mapas, idéias, formas de pensar, agir, falar, crenças? Já parou para refletir  que também terá que empreender no sentido de adequar-se à nova realidade de mercado, que em breve será a expansão da convivência do Senior com o Júnior.

Esse caminho desconhecido está repleto de oportunidades para todos os lados, colaboradores e empregadores, os quais precisam fazer com que suas Organizações sejam inovadoras, auto-sustentáveis e conscientes de sua grande responsabilidade social.

Você líder, já imaginou que será necessário adquirir habilidades para ter sucesso na gestão de equipes onde a diversidade será imensa, para fazer sua equipe ser vencedora com tantas disparidades de seres? Por outro lado, mais positivamente, já imaginou a riqueza de experiências, de conhecimento, de aprendizado que todos, se forem conduzidos por um verdadeiro líder, poderão usufruir e multiplicar? Já imaginou como sua Instituição será grande se souber enfrentar esse desafio que aparentemente não se relaciona às tecnicidades próprias de suas tarefas? Olha a oportunidade que se apresenta!!

E os funcionários que são empreendedores? Quantas chances de  mostrarem seus talentos terão? Quantas chances de multiplicarem conhecimentos terão?

Não existe crise, conflito, existe caminho desconhecido mas promissor!!

Um momento, não venha dizer que as Organizações “enxergam” todos como iguais, por exemplo em um processo seletivo! Não, não e não, pois por diversas razões (não estou julgando ninguém, não tenho esse direito, falo por experiência e percepção próprias) os profissionais de recrutamento escolhem e tendem a pensar que o jovem possui mais energia e menos vícios que os mais tocados pela maturidade.

O que você prefere, o vigor físico que acaba ou o vigor de ALMA que jamais tem fim?

O vigor físico, próprio dos jovens, de forma ilusória traz energia, disposição, disponibilidade (nem sempre…) e muitos outros atributos ligados ao aspecto temporal, material.

Já o vigor de alma é muito mais transcendental, pois envolve valores, senso de missão de vida, propósito, competências extremamente desenvolvidas e novas que são sabiamente incorporadas (notem que falo sempre no aspecto geral…há exceções honrosas e nem tanto). Uma pessoa mais madura geralmente alcança por volta dos 50 anos um grau de discernimento, criatividade, bom senso, espirito de colaboração (porque foi sua cultura no início de carreira), respeito consigo mesmo e com o próximo, inteligência emocional para saber se conduzir em diversas situações sem afoitamento, atitudes e comportamentos que um jovem ainda, compreensivelmente, não desenvolveu, apesar de carregar uma bagagem de sementes de novos skills além de na grande maioria dos casos protagonizar excelente formação.

Dado esse cenário, por quê ainda persiste a ideia que o profissional maduro “já deu o que tinha que dar, sai fora e de preferência não volte mais?” Meu filho, ele não deu tudo ainda não! Ele tem agora NOVAS competências que seus novos colaboradores precisam aprender e que você CEO, líder, profissional de RH, às vezes não sabem e que não tem tempo disponível para ensinar!! Esse cara é ELE! Passou por várias situações estressantes, crises de existência e corporativas, possui todas as condições para ajudar a criar novas conexões, novos caminhos, devido a uma visão ampliada pela trajetória que já percorreu!!

Quando a tia Oncinha pergunta ao recrutador se ele está preparado para enfrentar o desafio de trabalhar com alguém da terceira idade, não deseja passar arrogância! Na verdade o que ela deseja mostrar é que esse desafio significa que o recrutador e a Empresa que oferece a oportunidade deve estar ciente de que a interação com a pessoa sênior deve acontecer em um nível de idéias muito mais elaborado e inteligente do que a interação com pessoas jovens.

O “saber ouvir” a filosofia de vida, a forma de vivenciar e encarar o trabalho, a significação da atividade profissional, tudo é diferente, mais pensado, com menor tendência aos pré-julgamentos (tudo em linhas gerais! Como já mencionei, existem exceções..).

O profissional maduro não mais sofre da síndrome do impostor, aquela pessoa que passa para todos os seus interlocutores, uma imagem de preparado, prontíssimo para assumir novas responsabilidades, quando na verdade, ainda não está, criando essa aura para conquistar posições (ou tentar conquistar).

O profissional maduro não sofre dessa síndrome simplesmente porque não precisa mais pois já consolidou os pilares de sua trajetória, o que ele deseja agora é COMPARTILHAR essa experiência e aprendizado.

Estudos mostram que as empresas gastam recursos de tempo tentando administrar conflitos que acontecem entre pessoas de até 34 anos. Isso não é um desperdício? Uma pessoa de 34 anos precisaria criar problemas? Ele não é super bem informado, formado, não domina as novas tecnologias? Ora essa!! A empresa precisaria gastar com essa situação? Claro que não!!

Um outro ponto de reflexão: como já mencionado, a população brasileira tende ao envelhecimento e sendo assim novas competências deverão ser incorporadas ao dia a dia das Organizações para o convívio com essa realidade, tanto quanto com as novas tecnologias virtuais, de automatização e robotização. Uma entidade de pesquisa chamada ASTD Workforce Development Community mensurou que quase 80% das Organizações não possuem estratégias específicas para lidar com questões ligadas às diferenças de gerações, conflitos entre pessoas, tais como falta de empatia, diferenças de valores e crenças, formação educacional e cultural, histórico de vida entre tantas outras.

Será que não é hora, tomadas as devidas cautelas, de as Organizações repensarem sua gestão? Incluirem a possibilidade e a necessidade de abrirem (sem quotizar) suas oportunidades aos mais maduros? Recentemente participei de um seminário promovido pela Folha de São Paulo, cujo tema era O Futuro do Emprego e o Emprego do Futuro, onde discutiram-se vários aspectos e exigências do novo mercado. Nesse evento tivemos, e eu mesma questionei, várias indagações sobre como as Organizações devem se portar diante dessa nova realidade de seniores no mercado em busca de desafios e oportunidades.

É fato hoje que uma pessoa, dadas as novas experiências de vida, os recursos de cuidados com a saúde, o acesso facilitadíssimo à informação, a preocupação com a alimentação, o fitness, consegue prolongar em muito sua vida ativa, isso se percebe claramente no alongamento da atual expectativa de vida do brasileiro médio, o uqe influencia inclusive a elaboração de uma nova política previdenciária que traria, se bem alinhavada, recursos necessários para o país ter um  reerguimento muito mais robusto e sustentável da profunda crise na qual meteu-se.

Muitos rechaçam a idade mínima para aposentar-se como um anátema! Cruz Credo!!

A pessoa de 60 anos é muito jovem (eu que o diga!! Estou a meses de lá e não me sinto em absoluto com essa idade, sei que ela existe no tempo, mas não no cérebro!!) para parar! Essa pessoa está no auge, pode se dar ao luxo de escolher!

Parar de trabalhar por exemplo na faixa dos 55 aos 60 anos, é um grande erro (mais uma vez, na maioria dos casos), pois dadas as condições já mencionadas, o individuo dessa faixa etária congrega TODAS as posturas, comportamentos, atitudes e habilidades para desenvolver ao máximo um bom trabalho, sem preocupação com CLT (o que é excelente negócio para o empregador), com descontos aqui e acolá, com impostos recolhidos de seu lado e do lado corporativo, horários rígidos, rotinas de cartão de ponto, etc, etc, podendo desenvolver um grande trabalho. Esta pessoa encontra-se pronta para ensinar, multiplicar conhecimentos, agregando ao máximo valor para a Instituição onde se insere.

Então my friend, vai ou não vai me deixar trabalhar? Não quer me deixar ser um empreendedor em sua organização? Lembre-se, não sou eu, é você que não quer!!

Esta breve História de EMPREENDEDORES DE nosso tempo foi uma forma de conscientizar você, gestor, de qualquer organização e todos nós em geral, de que se precisamos nos antenar com as novas tecnologias também, e muito mais, temos que recuperar nossa capacidade de enxergar a vida da melhor forma possível, para podermos deixar o melhor legado aos que estão chegando!

Recrutador: é em você que reside a esperança e até mesmo o sentido da vida de uma pessoa! saiba como gerenciar essa tarefa! você tem a missão de, de maneira justa e consciente, dar acesso ao caminho que seu interlocutor tanto anseia! aja com a melhor consciência possível! não aja pela aparência! ela pode enganar!

Profissional em busca: Cabe a você, e somente a você dar um sentido à sua vida, atribuindo-se uma missão, um propósito, e mostrando a seu interlocutor que pode sim!!

O que te impede de fazer isso??

Espero que tenham gostado! Mandem seus feedbacks! É importante para aprimoramento deste trabalho!

Próximo artigo falará sobre um grande empreendimento: uma pessoa que desistiu de tudo o que estava realizando para assumir o grande sonho.

Maria da Penha Amador Pereira, Economista formada pela Pontificia Universidade Católica de São Paulo com especialização em Desenvolvimento Econômico.

Atuou em carreira corporativa na antiga Companhia Energética de São Paulo, Banco do Estado de São Paulo e no Citibank, onde desenvolveu carreira por aproximadamente 30 anos em Controladoria, Planejamento Estratégico, Segurança de Informações, Gestão de Crises e Continuidade de Negócios, Qualidade, Projetos de Melhorias de Processos e Produtos Bancários, Controles Internos, Auditoria, Governança Corporativa, Regulamentação Bancária e Compliance.

Atualmente é escritora com obras já publicadas, Master Coach e PNL, Orientadora e Mentora de Carreiras, Palestrante e Educadora Financeira, tendo publicado mais de 55 artigos em Portais de Empreendedorismo, mídias sociais, jornais e revistas regionais e LinkedIn, além de ter participado de vários seminários e fóruns sobre diversos temas ligados à realidade brasileira e Compliance.

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