Used Futures

Quer crescer? Não vá por esse caminho!

O futuro não é uma perspectiva linear de tempo. Portanto, não é possível ficar copiando a todo momento o que os outros vêm fazendo com sucesso, achando que terá o mesmo resultado. A esta “cópia” de uma linha do tempo bem-sucedida foi dado o nome de “Used Future”.

Lembra aquela iniciativa da paleta mexicana? Deu certo no começo, para o empreendedor, então, um monte de gente saiu empreendendo uma cópia desse sucesso que… Acabou rapidinho.

Não sejamos empreendedores destes futuros!

Hoje, é preciso tornar-se grande, sendo capaz de construir seu próprio futuro de um jeito totalmente novo. E para dar esse salto, e construir um futuro viável, mas inédito, precisamos ter uma nova perspectiva da realidade atual.

Afinal o que isto quer dizer? Quer dizer que precisamos aprender e nos educarmos de tal forma que isto viabilize nossos sonhos de um mundo melhor, através um caminho totalmente diferente dos usuais.

Mas que aprendizado ou tipo de educação que podem servir como bases para esse novo? A alfabetização para o futuro.



É preciso aprender a ler tanto o mundo quanto o futuro através de um olhar holístico, interdependente, um olhar capaz de combinar e conectar possibilidades diversas.

É preciso um contexto de aprendizagem que combine compaixão, valores, confiança, diálogos e relacionamentos verdadeiros, e use desses elementos para gerar sentido e propósito à vida dos envolvidos. Somente a partir desse ponto que as pessoas poderão ouvir mais e observar o óbvio, desconstruir certezas e se permitir pensar em cenários complexos e futuros.

A ideia central aqui é produzir “Human Insights”, ou seja, usar a criatividade, intuição e a força emocional, não só individual, mas principalmente as geradas através de experiências coletivas, a fim de superar problemas e construir oportunidades. São esses human insights que dirigirão as mudanças a fim de nos tornarmos grandes, capazes de usarmos nosso real potencial para moldar e, ou, transformar o futuro.

Só há um “porém”, o tempo! O cenário atual já revela uma tempestade de mudanças, já pede por reflexões que levem a ações transformadoras. Portanto, é preciso – mais do que nunca – reforçar os processos de conversas, desenvolver o diálogo com ferramenta lúdica que nos permita explorar as mudanças e garantir o desenvolvimento das pessoas e das organizações.

Precisamos construir pontes agora. Pontes entre a imaginação e a materialização, permitindo que novas estratégias estejam alinhadas à cultura de cada organização. O futuro é a mudança que fazemos hoje, que nos leva mais perto dos nossos desejos de amanhã.

Em que direção suas mudanças te levam? Da alfabetização para o futuro ou do used future?



Já passou o tempo de fazer as coisas sozinho, é preciso coconstruir como forma de aprender sobre o futuro. O amanhã possivelmente depende da capacidade que estamos adquirindo hoje no coconstruir, como também de fazermos uma cocuradoria no compasso da construção.

A (co)curadoria nos dá velocidade de resposta, nos põe em marcha com o tempo que não cessa, pois é através dela que podemos analisar o que fizemos e conservar o que é realmente importante de cada aprendizado vivido ao longo do caminho. São os registros do nosso processo de crescimento e alfabetização para o amanhã que nos darão a velocidade necessária para sermos os impulsionadores do futuro.

Como vimos, para nos tornarmos realmente grandes, não podemos contar com “Used Futures”, precisamos ser os criadores do amanhã, começando hoje.

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Celso Braga

Sócio-diretor do Grupo Bridge, Psicólogo e Mestre em Educação, pós-graduado em Psicodrama Sócio Educacional pela ABPS, Professor supervisor pela FEBRAP. Acumula experiência de mais de 30 anos em desenvolvimento humano e projetos de conexões educacionais corporativas e inovação.

É autor dos livros ‘A Jornada Ôntica’ (2013), ‘O Hólon da Liderança’ (2015), ‘Inovação: diálogos sobre a prática’ (2016), ‘Inovação: diálogos sobre colaboração produtiva’ (2017), A Magia dos Sentimentos: 27 emoções para transformar sua vida e em 2019 lançou os livros em versão digital; Lifelong Learning – Aprender para a Vida e Empowerment, uma liderança que inspira. Celso Braga é coautor do livro ‘Educação para Excelência’ (2010).

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