O Marketing pós pandemia
Desde março de 2020, o que mais se houve falar é sobre o “novo normal”. O que as pessoas não se dão conta, é de que quatorze meses depois da OMS decretar a pandemia do Covid-19, o novo normal não é novo, ele é apenas normal. A cada dia que passa, uma coisa é irrefutável, nada será como antes!!
Muito pode se dizer sobre as transformações que o planeta atravessou desde março de 2020 em todos os campos e segmentos. Todos tiveram que se adaptar e com o marketing não foi diferente. O tsunami Covid-19 digitalizou o planeta, de forma definitiva e irreversível. De fato, o mundo já caminhava neste sentido antes de março de 2020.
Não foi a pandemia do Covid-19 que inventou este processo, ela apenas acelerou o que vinha acontecendo de forma escalonada e gradativa. O que antes era um processo paralelo nas empresas de um dia para o outro virou prioridade e o mundo todo teve que ajustar e isso inclui os profissionais de marketing.
De um dia para o outro, as pessoas estavam impedidas de sair de casa, para trabalhar, consumir, viver! Desta forma, empresas em todos os segmentos tiveram que se adaptar ao mundo virtual.
Em muitos casos, a incapacidade de adequar seu processo produtivo, produtos e serviços a esse novo formato, foi responsável pela falência de inúmeras empresas em diversos segmentos. O universo do marketing mudou completamente e muito pode se falar a este respeito, mas neste artigo saliento apenas alguns pontos principais.
O primeiro efeito desta digitalização é sentido no bolso. Indiscutivelmente as ferramentas de marketing digital tem custos muito mais baixos do que as ferramentas do marketing tradicional. Essa conta é simples de se compreender.
A exclusividade dos canais de TV em rede aberta e fechada, revistas, jornais, outdoors entre outros, permite que estes veículos cobrassem de seus anunciantes valores bastante elevados.
O universo digital é “bem mais democrático”, uma vez que a mídia está ao alcance de todos em seus laptops, tablets e smartphones. Essa “democracia” se dá não só na visibilidade destas mídias uma vez que todos tem acesso em qualquer lugar, mas também quanto a criação e veiculação de conteúdo.
Hoje qualquer pessoa pode editar um vídeo ou um post e divulgar nas redes sociais e canais de streaming sem nenhum custo. Se for bem trabalhado, o conteúdo gerado desta forma tem um alcance muito mais direcionado e efetivo do que seria possível com a mídia tradicional.
Se o dono do conteúdo quiser ele pode impulsionar seu conteúdo para atingir ainda mais pessoas, com o perfil que ele definir e ainda assim o custo é inexpressivo perto dos valores de veiculação de anúncio nas mídias tradicionais.
Outra característica importante deste novo mercado é a agilidade. A mídia digital é reativa, as marcas tem que interagir e se posicionar em relação ao que está acontecendo a sua volta. Desta forma, as empresas e marcas tem que trabalhar com equipes antenadas e prontas para fazer ajustes e rever estratégias a qualquer momento. Isso muda radicalmente a forma de trabalhar da equipe de marketing.
Hoje em dia não faz mais sentido se pensar em uma estratégia de marketing para 12 meses como se fazia antes, muitas vezes o conteúdo é pensado e criado para ir ao ar no mesmo dia e com isso o planejamento de conteúdo fica comprometido.
Neste novo cenário, todas as empresas, marcas, ou pessoas que quiserem se posicionar no mercado, seja ele qual for, tem que ter presença Digital. Este é outro efeito do “novo normal” no universo do marketing. Hoje, é impossível contar quantas marcas só tem lojas virtuais abandonando o custo e todos os problemas que vem com os estabelecimentos comerciais tradicionais.
Muitas pessoas físicas se tornaram vitrines ambulantes através de redes sociais e seus próprios canais de streaming. São os influenciadores, profissão que hoje é sonho de consumo de muitos.
O direcionamento de nicho é outro ponto importante que eu não gostaria de deixar de mencionar. O que sempre se sonhou fazer com o marketing tradicional hoje é facilmente atingível no marketing digital.
Definir em detalhes o perfil do consumidor que se pretende atingir e falar diretamente com ele antes era impossível. O anúncio em uma televisão por exemplo atingia a todas as pessoas da casa e não apenas às crianças.
Era possível segmentar de forma mais direcionada em revistas específicas de um tema, mas ainda assim, não era possível garantir que o consumidor ia ver aquela página específica. Hoje em dia, com intelig6encia de dados, CRM, ferramentas de análise é possível atingir o consumidor desejado com muito mais assertividade.
Muitas são as mudanças neste universo e muitas ainda estão por vir. Importante é assumir que o marketing digital é uma realidade e não uma opção. Quem quiser sobreviver tem de aprender a trabalhar com ele ou provavelmente será engolido, as vezes até por concorrentes de menor porte, mas com uma comunicação mais direcionada, mais ágil, mais moderna e mais sedutora.
ANDREA CARVALHO é advogada com Pós Graduação em Direito Empresarial e mestrado internacional em Entertainment Business concluído na Full Sail University na Florida. Com mais de 20 anos atuando na indústria de entretenimento Andrea tem perfil multidisciplinar tendo experiência diferenciada nas áreas negócios, planejamento estratégico, patrocínio, marketing e relacionamento com clientes.
