A força do amor na pandemia
Como a maior crise de saúde da história treinou a empatia e trouxe mais amor ao mundo
O amor pode ser definido, entre tantas outras formas, como uma força poderosa capaz de abrir as portas do que chamamos de compaixão. É, também, a capacidade de se perceber e se sentir no lugar do outro.
Essa empatia, muito treinada e referenciada pela Psicologia Tibetana Budista, faz com que os seres humanos se desenvolvam individualmente e em sociedade.
“Nos dias atuais, estamos diante de uma divisão de opiniões e informações, fato que acaba desencadeando atitudes isoladas e, em alguns momentos, confrontos desnecessários, retardando ações estratégicas e organizadas no combate aos males do período pandêmico”, explica o médico Jean Rafael, um dos mais renomados palestrantes brasileiros sobre Gerenciamento do Estresse e autor do livro “A Ciência da Gratidão – Como prevenir as doenças da mente e aplicar o gerenciamento de estresse”.
Mesmo que, para muitos, pareça que esta força não está presente no dia a dia, Jean afirma ter tido a oportunidade de presenciá-la em muitos momentos nestes quase 2 anos de pandemia. “Entre os profissionais da área de Saúde com os quais convivo, vi muitos amigos querendo diminuir a distância entre pacientes e familiares, uma vez que o isolamento trouxe muito sofrimento para os mesmos.
Foram criadas visitas por chamadas de vídeos e visitas por janelas de vidro, atitudes que emocionaram as pessoas que tiveram a oportunidade de estarem mais próximas ou até se despedirem de forma humanizada daqueles que amavam.
Esta pandemia deixará suas marcas pelos lutos causados, ainda mais sem os velórios, como eram feitos de costume, então, a atitude de empatia destes profissionais ajudou e muito”, exemplifica Jean.
O amor também foi percebido quando, logo que o vírus surgiu, muitas pessoas se viram frente a problemas de abastecimento de materiais. Felizmente, não faltaram pessoas para doar materiais, confeccionar máscaras e até roupas protetoras. “Este momento foi tão significativo que acredito que até no campo científico iremos avançar muito mais do que já avançamos. Muitos cientistas reunidos em todo o planeta sentiram a força e o clamor das populações mundiais para acelerar a produção e a construção de aparelhos, medicamentos e outros insumos. Em um ano tivemos algo de um impacto ímpar, que foi a criação de uma vacina que já está no braço da população”, afirma Jean.
Em outros momentos, as mãos simbólicas feitas com luvas de procedimentos que simulavam o toque humano e viralizaram nas redes sociais nos mostraram o quanto o acolhimento é importante para a recuperação de qualquer indivíduo em estado de doença.
Parte integrante da Política Nacional de Humanização da Saúde traz uma reflexão não só para os profissionais que, honrosamente, estão tendo que se reinventar e superar os desgastes mentais e físicos.
“Este período vem desencadeando e deixando marcas profundas para todos nós, profissionais de Saúde ou não”, esclarece o médico. “Quando a morte chegava para alguns companheiros e companheiras de trabalho, era a força do amor que movimentava nossas reservas para as despedidas. Mesmo da forma não convencional, estávamos lá com música, oração e palmas em cortejo a distância, sem a última visão, mas com as lembranças dos nossos guerreiros e guerreiras que nos deixavam”, lembra.
Para o especialista, não é exagero afirmar que o amor traz uma transformação social importante. Segundo Jean, depois da pandemia, estaremos mais atentos a valores que antes nem nos dávamos conta.
As conversas de roda que antes eram apenas para saber as escalações de times de futebol agora falam sobre a melhor medicação, doses de vacina, fatores de riscos e meios de proteção. “Trabalho com Educação em Saúde há muitos anos e hoje vejo, pela primeira vez, um movimento real e coletivo em busca da qualidade de vida e bem-estar”, afirma Jean.
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