EDUCAR PARA GERAR PATRIMÔNIO
EDUCAR PARA GERAR PATRIMÔNIO

EDUCAR PARA GERAR PATRIMÔNIO

Educar para gerar patrimônio é um novo capítulo da série “Dinheiro”. O leitor deve ter reparado que nossa conversa se iniciou com uma reflexão sobre o sentido amplo do dinheiro, passando daí para começarmos a refletir com mais especificidade no que fazer para termos um relacionamento bastante saudável com o dinheiro de uma maneira geral.
Por relacionamento saudável com o dinheiro entendo um adequado e equilibrado controle sobre o que recebemos em relação ao que gastamos, que nos trará tranquilidade e conforto, permitindo-nos usufruir de nossa vida de forma equilibrada.
Mas agora vamos abordar alguns aspectos do que podemos fazer para ir além de ter simplesmente uma vida financeira equilibrada.
Sim, é diferente você viver uma situação onde trabalha, recebe, paga suas contas, não acumula dívidas, porém de alguma forma não consegue alavancar muito o crescimento de seu patrimônio, ou seja, você ganha e paga contas em dia: só isso.
Mas por que não pensar em multiplicar seus recursos?
Neste capítulo vamos pensar um pouco sobre a geração de riqueza.
EDUCAR PARA GERAR PATRIMÔNIO
Amigo leitor, o que você entende por “patrimônio”? Já reparou como a palavra se parece com “matrimônio”, com a diferença do prefixo?
Interessante como a palavra “matrimônio” sendo masculina, tem um sentido feminino, pois esta relacionada à união entre duas pessoas, tradicionalmente uma mulher e um homem para a construção de uma família. Possui o prefixo “Matri”, de matriarca, mãe, que gera e multiplica a vida, carregando um significado profundo de Mulher, uma vez que é através de uma Mulher que a vida é gerada e multiplicada.
Já a palavra “patrimônio”, também masculina, tem um sentido realmente masculino, em função de seu prefixo, “Patri”, de patriarca, pai, aquele que provê e multiplica recursos, como era o pensamento de nossos antepassados. A mulher gera e cuida da vida e o homem gera e cuida dos recursos materiais, do sustento e direcionamento de sua família.
No entanto, nos dois casos, há um ponto comum: a multiplicação (dos pães? Não apenas!). Tanto em um termo como no outro, o que temos que observar é que se não fizermos a coisa de forma correta, não haverá a multiplicação, que gera bem estar, vida saudável, legado importante, etc.
Com esta reflexão o que você pensa sobre formar patrimônio? Será que todos pensam da mesma forma? A resposta é não, há em linhas gerais três maneiras básicas de se pensar sobre o assunto, sendo que a diferença de resultado entre elas é simplesmente gritante.
Importante lembrar que você deve se educar para não pensar em “guardar dinheiro” (falamos sobre isso no texto anterior), dinheiro não se guarda, circula, passa de mãos em mãos, em um processo constante e realimentado por investimento. Quando falamos que “guardamos dinheiro” isso nos remete à sensação de algo que fica parado em um lugar, acumulando poeira, sem utilidade.
Mas vamos às visões de formação de patrimônio:
  • Investir para situações e/ou dias difíceis, de crise, doenças, desemprego: esta é a pior forma de se pensar na criação de patrimônio. Não que estejamos livres de enfrentarmos problemas, não se trata disso, PORÉM, esta maneira de pensar já tem como ponto de partida algo extremamente negativo! Sabemos muito bem como o pensamento tem uma grande influência nos acontecimentos da vida. Se partirmos do princípio que estamos criando reservas para algo errado, esse trabalho terá desde início uma carga negativa de energia e, convenhamos, não se faz esforço de carreira, de análises de melhores aplicações para que acontecimentos ruins sobrevenham sobre nós. A Neurociência nos mostra de forma muito clara e comprovada que quando pensamos ou agimos de uma determinada maneira, criamos uma autossugestão para que as conexões de nosso cérebro se encaminhem para que as coisas aconteçam de fato como as imaginamos. No caso específico da geração de patrimônio é como se falássemos para nosso cérebro que coisas ruins acontecerão, que devemos nos preparar para os problemas, que haverá dificuldades e neste sentido para onde irá nosso dinheiro? Simplesmente o gastaremos com coisas negativas. Então pare de pensar que você poderá bater seu carro, que o telhado de sua casa poderá necessitar de uma reforma, que alguém da família ficará desempregado, que uma doença grave poderá acontecer, enfim, pensar em gerar reservas para essas coisas é o mesmo que nadar e morrer na praia. Como já mencionado anteriormente é perfeitamente natural que alguns imprevistos aconteçam e, que bom que há reservas, PORÉM não se deve trabalhar tendo como metas estas coisas, pois esta forma negativa de pensar NÃO gerará riqueza futura.
  • Investir simplesmente para acumular, para se sentir potente, protegido, poderoso. Esse é um outro tipo de comportamento que carrega uma imagem extremamente negativa do processo de geração de patrimônio, que pode até ser formado, mas que acaba levando a pessoa que investe nessa visão a uma vida solitária, infeliz, pois o dinheiro acumulado não serve à comunidade. Como assim? Tenho que ajudar a comunidade? Sim, com certeza! Claro que não sairá por aí distribuindo dinheiro sem critério e de forma gratuita, não se trata disso, afinal de contas você trabalhou, estudou, preparou-se, e desta forma merece com certeza ter seu trabalho valorizado. Porém todos nós vivemos em uma sociedade onde, a Pandemia nos ensinou de forma patente, precisamos uns dos outros e até mesmo através de nossa profissão podemos criar condições de incluir pessoas menos favorecidas, e isso com certeza requererá de nós algum esforço financeiro em prol desses indivíduos que não podem ser abandonados à própria sorte.
  • Investir para criação de patrimônio porém com o pensamento de enriquecer para não ter que passar por situações de stress financeiro, falta de dinheiro, sentimentos de inferioridade diante de seus amigos mais abastados, de vergonha, de incapacidade de ir com aquele seu amigo almoçar em um restaurante sofisticado. Esse comportamento torna a pessoa egoísta, fechada e solitária, pois denota uma atitude de querer tudo para si próprio para não dividir nada com ninguém de forma a não haver “perdas”. Em geral pensa-se da seguinte forma: “vou enriquecer para não passar a vergonha que passei, mas não dividirei nada, sempre falarei que não tenho, pois caso contrário, lá na frente poderá faltar”. Essa visão de investimento não expande a riqueza, encapsulando-a em nós mesmos, não permitindo que outras pessoas beneficiem-se do que temos em abundância.
  • Investir para a REALIZAÇÃO, seja profissional, pessoal, financeira, familiar, o que for, mas que seja um trabalho de criação de valor de fato. Há um ótimo exercício para você, amigo leitor, criar essa aura de motivação e estímulo ao trabalho de geração de riqueza: pegue uma caderno (novo, por favor, não seja pão-duro) e nele escreva tudo o que você mais sonha em realizar em sua vida, sendo que à maneira que for escrevendo, enxergue-se nessa situação desejada, canalizando toda sua melhor energia para aquilo que está escrevendo. Coloque metas de tempo para seus sonhos e projetos e vez por outra, com largos intervalos de tempo dê uma avaliada em sua “dream list”. Este comportamento é o mais eficiente em termos de retorno para o que você almeja, uma vez que se baseia em projetos positivos, de enriquecimento da vida e na vida.                               Esta postura reflete um protagonismo ativo e engajado pelo qual uma pessoa, almejando o melhor e lutando por essa causa, dedica-se a seu trabalho, sabendo que é fonte para o alcance de seus objetivos maiores  e sem perceber acaba por “contaminar” virtuosamente outras pessoas, que começam a agir da mesma forma, além do fato de que seu trabalho bem realizado, trará bons resultados e atingirá positivamente a comunidade onde a pessoa atua e vive. Daí para os investimentos que gerarão bons retornos financeiros é um pulo. Então concluímos que a formação ativa de patrimônio acaba sendo extremamente útil para as pessoas que vivem na mesma comunidade onde nosso positivo investidor atua e vive. Então quando for constituir uma reserva, pense, enxergue-a como algo que materializará seus sonhos e não como algo que poderá ser usado em “dias difíceis”, para que você, lá na frente usufrua a realidade de seus sonhos e não gaste com consertos de carros batidos….
Estas diferentes formas de se pensar em investimento, como já dito, possuem resultados bastante diversos e por menos que pareça quando temos visões de investimento que não carregam bons pensamentos, o dinheiro investido não trará nenhuma felicidade, pois somente servirá como remédio de males não curados. É por esta razão, minha opinião, que é muito comum ouvirmos que “dinheiro não traz felicidade”. Eu diria que depende da forma como você o vê, como se relaciona com ele. E existem muitas atitudes erradas nessa relação que levam a pessoa a pensar que não faz sentido lutar por gerar reservas ou patrimônio, ou que não consegue investir em nada, ou que o dinheiro é o causador dos males da sociedade. Digo-lhes que não é o dinheiro que causa o mal, quem o causa é quem faz mau uso dele e o que o causa é o como o dinheiro é utilizado! É muito fácil verificarmos estas verdades, somente pelas tristes notícias recentes em relação ao enfrentamento da Pandemia no Brasil, originárias de autoridades que com o objetivo altamente ilícito de enriquecimento fácil, adulteraram envio de equipamentos hospitalares para o combate à Covid19, subtraíram conteúdos de ampolas de vacinas para poderem vendê-los a preços altos para pessoas que queriam ter privilégios de imunização antes de seu real momento, ou seja, o dinheiro foi mal utilizado e foi parar em mãos de pessoas que fizeram péssimo uso dele, mas ele em si mesmo, cumpriu a finalidade que foi aquisição de vacinas e equipamentos para o combate à doença.
Por que será que há pessoas que iniciam um empreendimento comercial ou industrial de qualquer tamanho, seja de que natureza for, que com muita rapidez são bem sucedidas e outras com a mesma rapidez veem-se obrigadas a encerrar sua atividade?
A resposta está na maneira com que lidam com o dinheiro e isso TAMBÉM pode ser extrapolado para nossa vida social em todos os aspectos.
Nosso relacionamento com o dinheiro é a única relação da qual nesta vida jamais conseguiremos nos separar, por mais que desejemos! Não há maneira de viver hoje sem ele e o pior é que uma relação com ele mal estruturada tem o poder de acabar com todas as demais relações que tenhamos! Pode pensar nisso e verá que tenho razão, pois você pode acabar com laços de família por conta de dinheiro, pode causar separação conjugal por conta dele, pode ficar sem seus melhores amigos por ele, pode causar rachaduras em seus relacionamentos profissionais por ele ter entrado no meio da conversa, até de sua igreja você pode querer sair por conta de algo relacionado a ele que percebeu, enfim, são laços importantíssimos em nossas vidas que poderemos cortar caso não saibamos como orientar nossa relação com o famigerado dinheiro.
Então qual é a conclusão? Que realmente não podemos prescindir do dinheiro, mas temos que ser sábios o suficiente para podermos usufruir ao máximo dos benefícios que ele nos traz. Para podermos perceber como fazer para usarmos com (bastante) sabedoria essa ferramenta de valor tão crítica em nossa vida, vamos refletir na sequência sobre atitudes que temos que evitar para não cair na armadilha de pensar que dinheiro não traz felicidade e desta forma travar vida, projetos e sonhos.
Não adianta….Precisamos dele….não há jeito!
Atitudes Que Devemos Evitar Para vivermos bem
 com nosso Dinheiro
A partir de agora vamos falar de alguns comportamentos (há muitos, listarei alguns deles) que uma pessoa que deseja ser bem sucedida financeiramente, ser feliz em suas relações sociais, poder auxiliar quem mais precisa, não pode ter, ou se tem em alguma ocasião deve logo fazer um ajuste de rota, pois caso contrário sempre andará às voltas e dificilmente logrará a tão desejada tranquilidade financeira.
  1. JAMAIS confunda PF com PJ, Pessoa Física com Pessoa Jurídica! São duas entidades totalmente separadas e cada uma com sua própria natureza e com dinâmicas muito distintas. Se você possui uma empresa tome muito cuidado para não cair na tentação que aquele dinheirão que ganhou no mês do Natal é todo seu! Ele nunca será seu, o que é seu é apenas o “salário” ou pro labore que está estabelecido para você. Conheço muitas pessoas que acabam confundindo essa dualidade, insistindo em que são uma única coisa e que quando percebem o erro, já houve uma metástase e a correção é extremamente dolorosa e longa, quando não leva a empresa a óbito.
Não pague contas pessoais com o dinheiro que não é seu, nem só “um pouquinho – devolvo logo…”. Se você é dono de uma mega confeitaria, não coma de graça um pedaço de bolo a todo instante, pois esse pedaço tornar-se-ão muitos e farão falta em seu faturamento. COMPRE o bolo de sua confeitaria, lembrando que a pessoa é diferente do empresário!
Tudo o que seu negócio auferir de resultado em um período pertence a seus funcionários, no caso de os ter, aos fornecedores que proveem seus insumos, ao Estado que lhe cobra impostos e à própria empresa que requer investimentos em qualidade. Ao final de toda essa cadeia, você contente-se em receber seu pro labore e quando apurados os Balanços exigidos, se os resultados forem positivos, ou seja, se houver lucro, então você terá direito aos dividendos, que também poderão ser reinvestidos em seu negócio para fortalecê-lo, ficando você com uma partezinha do bolo. É pensando e agindo desta maneira que você terá sucesso. Você precisa ter sabedoria para lidar com esta verdade incontestável. Pode parecer óbvio, mas há muitos empreendedores que AINDA NÃO entenderam esta realidade.
  1. Outra atitude que deve ser evitada é a posição de quem sabe tudo e não precisa de orientação de ninguém ou de nada. Sabemos que não sabemos tudo e neste caso especial, é sempre bom ouvir não conselhos, mas visões de pessoas que possuem real expertise no assunto e que podem mostrar caminhos novos, formas diferentes e inovadoras de se gerar riqueza. Em tese é tudo muito simples: você recebe dinheiro por seu trabalho, ou por seus imóveis alugados, ou por qualquer outra fonte, investe em mais ativos, ou adquire equipamentos mais modernos para seu empreendimento e faz, claro, uma poupança para um futuro brilhante (não para “dias difíceis”…). Pessoas efetivamente ricas dominam como ninguém a navegação nessas águas e sempre buscam meios de tornarem maior, de forma exponencial, sua riqueza. Investem, procuram parceiros para gerar fusões que alavancarão seu dinheiro, compram outros empreendimentos, vendem, enfim, fazem o diabo para que seu dinheiro cresça cada vez mais e lhes assegure a melhor das vidas. E você, faz o quê? Fica achando que alguma oportunidade vai vir por geração espontânea até você, pois já sabe tudo e não precisa procurar mais nada? Lamento lhe dizer, mas se sua postura for esta, então meu amigo, ou você terá que ganhar sozinho na Mega Sena ou arrumar um casamento bastante “enriquecedor” (desde que sua futura esposa não o faça assinar um documento de separação total de bens). Muita gente olhando uma pessoa bem sucedida profissional e financeiramente, tem o péssimo costume de comentar que é esnobe, tem nariz empinado, não se importa com a miséria alheia, se acha, e por aí vai, mas em nenhum momento lembram-se de se perguntar como foi a jornada daquela pessoa de “nariz empinado”. Será que alguém quer saber das noites que o bem sucedido passou em claro para estudar, ou o quão cedo se levantou para ir trabalhar em um frio penoso, ou o quanto de renúncias essa pessoa teve que enfrentar, ou ainda quantos “sapos” essa pessoa engoliu? Pois então, levante-se de sua aprazível zona de conforto e comece a capinar.
  1. Mais uma postura que você precisa a todo custo evitar: desanimar no meio da jornada da geração de riqueza. O caminho para que você atinja seus objetivos financeiros, a não ser que ganhe uma bolada milionária em qualquer vento de sorte, é bem volátil. Às vezes fazemos um planejamento e situações adversas acontecem fugindo a nosso controle nas quais somos obrigados em certos casos a dar um ou mais passos para trás. E neste ponto vem a tentação da desistência de tudo, a qual deve ser combatida de forma incisiva. O esforço para que cheguemos no ponto que consideramos nosso ideal é longo e cheio de
surpresas, mas existe uma forma de não nos desviarmos desse trajeto, mesmo que estejamos atravessando um momento cheio de perdas e prejuízos. Precisamos trabalhar para nos enriquecermos, porém, nesse trabalho temos que agir como se fôssemos ricos. Não, não é gastar em supérfluos sem controle com a justificativa de que “mereço”, indo além de nossas possibilidades.                                    Assumir a mentalidade de que se é rico é se revestir de atitudes de trabalho como um investimento e não como um gerador de dinheiro para se pagar contas, assumir o firme propósito de ter que algumas vezes encarar jornadas pesadas com objetivos claros e não como um fardo odioso, estudar formas de se inovar, criar parcerias, aprender coisas novas além do que estamos acostumados a fazer, etc. É desta forma que agem as pessoas bem sucedidas, elas sabem que terão o tempo certo para se considerarem merecedoras de uma vida tranquila. E se nestas atitudes algo falhar, CONTINUAR SEMPRE a acreditar que estamos na rota certa e que já aconteceu o que desejamos. Faça um pequeno exercício: escreva em um caderno, com convicção aquilo que REALMENTE deseja que lhe aconteça, mesmo que à primeira vista possa lhe parecer absurdo. Leia todos os dias, releia, e leia de novo, até que aquelas palavras que escreveu entranhem-se em você e o façam perceber que os propósitos que escreveu são coisas que farão parte de sua vida de forma totalmente natural.
  1. E aqui vai mais uma outra atitude que não podemos permitir que nos aconteça: ficar andando em círculos infinitamente. O que é isso? É você querer aumentar seus ativos (recordando: somatório dos bens, valores e direitos a receber que uma pessoa ou Instituição possui) através da geração de cada vez mais passivos ( obrigações a pagar).
Vamos a um exemplo: um estudante começou sua jornada profissional em um estágio em uma grande organização. No inicio, os ganhos eram limitados, porém, esse estudante pensando como “rico”, aprendeu, dedicou-se, estudou, conviveu com pessoas mais experientes e realizou um excelente trabalho que lhe permitiu tornar-se um Trainee com maiores ganhos. Neste momento decidiu adquirir seu primeiro carro, e com ele de brinde recebeu todas as despesas inerentes à aquisição desse ativo. Estou sendo contrária a que você compre seu carro novo? Claro que não, mas vamos adiante em nosso exemplo: nosso Trainee logo se destacou e recebeu a efetivação em um cargo mais acima, com um provento maior e então decidiu empetecar seu carro: adquiriu ao mesmo tempo, sem pensar muito, porque afinal ele merecia, um “caminhão” de acessórios para o carro e junto com o caminhão, um outro cheio de despesas no cartão de crédito. Mais uma promoção e nosso amigo que nem havia se desfeito de suas primeiras dívidas, já foi adquirir um possante bem mais à “sua altura”, afinal foi promovido ora essa! Resultado? Um IPVA maior, seguro muito mais caro, manutenção bem mais salgada, peças bem mais caras.
O problema todo é que temos a tendência de, a cada degrau de salário que subirmos, querermos no mínimo alçar dois em obrigações, porque vamos à loja e enchemos a sacola…afinal merecemos!
Que conclusão tiramos daí? Calma, tudo a seu tempo! Não queira agarrar todos os ativos do mundo pois você também agarrará obrigações, que dependendo de suas disponibilidades para arcar com as mesmas, poderão gerar juros e mais juros que o farão andar em círculos infindáveis, destruindo todo o poder multiplicador de um investimento. Por isso veja bem, faça tudo o que desejar, está em seu discurso de enriquecimento, mas faça com DISCERNIMENTO E CALMA. Use a metodologia SCRUM para realizar seus projetos: fazer “entregas” para si mesmo por etapas e logo verá os resultados tanto em termos de ativos que deseja possuir, quanto em termos de seu investimento para uma tranquila vida.
Um outro ponto MUITO importante: há pessoas que encantam-se com a disponibilidade do cheque especial. ELE não é dinheiro SEU, pertencendo ao Banco do qual você é cliente. Muitas pessoas adoram usá-lo indiscriminadamente justamente por quererem adquirir tudo ao mesmo tempo, ou coisas as quais podem esperar, pensando que “tem” o dinheiro na conta no cheque especial. Você sabe muito bem que não existe almoço grátis e que o Banco pisará fundo no acelerador dos juros cobrados se você usar seu limite desse tipo de cheque, que na verdade é um empréstimo com um custo altíssimo.
Tive um professor de Macroeconomia na Universidade que nos dizia que uma pessoa para ficar rica precisa três coisas: nascer rico, casar-se com alguém milionário ou ganhar sozinho uma mega bolada na loteria. Se nada disso acontecer, o caminho será o seguinte: na faculdade ele comia de almoço um sanduiche de mortadela daquela bem barata. Após a faculdade, já com seu primeiro trabalho como economista, continuou a comer um sanduiche de mortadela barata. Tornou-se um doutor em Economia, e continuou no sanduiche de mortadela, agora um pouquinho mais cara. Conseguiu, devido ao doutoramento uma excelente posição profissional em uma grande organização, e tome sanduiche de mortadela (pode acrescentar uma fatiazinha de queijo prato, mais barato). Tornou-se o CEO da Organização, mais um pouco só de sanduiche de mortadela. Ficou milionário. Agora pode desfrutar.
Claro que é um exemplo exagerado, mas a lição que meu professor quis nos passar nesse divertido exemplo é que jamais esqueçamos que para termos uma vida financeira saudável, é necessário que sempre mantenhamos nossa meta de investimento ANTES de pensar em gastar e pior, fazer dívidas para pagar aquilo de que, fala a verdade, nem sempre precisamos.
Estas lições não acabaram! Precisamos aprender mais sobre semear com foco para colher em abundância!
MUITO OBRIGADA !!!

Maria da Penha Amador Pereira, Economista formada pela Pontificia Universidade Católica de São Paulo com especialização em Desenvolvimento Econômico.

Atuou em carreira corporativa na antiga Companhia Energética de São Paulo, Banco do Estado de São Paulo e no Citibank, onde desenvolveu carreira por aproximadamente 30 anos em Controladoria, Planejamento Estratégico, Segurança de Informações, Gestão de Crises e Continuidade de Negócios, Qualidade, Projetos de Melhorias de Processos e Produtos Bancários, Controles Internos, Auditoria, Governança Corporativa, Regulamentação Bancária e Compliance.

Atualmente é escritora com obras já publicadas, Master Coach e PNL, Orientadora e Mentora de Carreiras, Palestrante e Educadora Financeira, tendo publicado mais de 55 artigos em Portais de Empreendedorismo, mídias sociais, jornais e revistas regionais e LinkedIn, além de ter participado de vários seminários e fóruns sobre diversos temas ligados à realidade brasileira e Compliance.

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