O que as faculdades e escolas NÃO ensinam sobre Empreendedorismo
Especialista fala sobre gap responsável pelo fracasso de muitas empresas
Cursar uma faculdade ainda é o sonho da maioria das pessoas.
Ter um diploma universitário e, consequentemente, uma profissão, soa como sinônimo de ter sucesso e dinheiro, porém, os números mostram que muitos profissionais se perdem no meio do caminho e acabam fracassando por falta de conhecimento da realidade de tentar ser empreendedor. Médicos, advogados e engenheiros que saem das cadeiras universitárias e abrem seus próprios negócios para atuarem como autônomos estão nas estatísticas das empresas que fecham durante os cinco primeiros anos de existência.
Para Bruno Fisbhen, diretor geral do ColaboraApp, HR Tech com foco em resolver os problemas de Comunicação Interna das empresas, o que falta para os jovens profissionais empresários é simples: conhecimento. “A faculdade ensina as técnicas para ser um bom profissional, mas deixa a desejar quando o assunto é como os profissionais irão lidar com seus negócios próprios. Mesmo quem vai atuar numa empresa e não pensa em ter um negócio próprio precisa ter noções de que a faculdade não ensina”.
Para o especialista, uma das falhas ocorre com relação a conhecimentos básicos relacionados ao comportamento dos profissionais no dia a dia do trabalho, ensinamentos que, segundo ele, poderiam ser dados antes mesmo do curso superior, ainda na escola. “Empreender acaba sendo mais difícil do que deveria justamente por conta da inexperiência das pessoas que arriscam abrir seu primeiro negócio, principalmente os jovens que acabam de sair da faculdade. Geralmente, quem começa a empreender é inexperiente e não conta com a ajuda de um mentor ou guia para mostrar os passos a seguir e isso compromete o sucesso de qualquer novo negócio, independentemente da área de atuação”¸ acredita Bruno, que usa sua própria história para exemplificar esta teoria.
Formado em Engenharia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, antes de empreender, Bruno atuou por dez anos em diversas empresas nacionais das áreas de Energia e Finanças. O carioca de 39 anos de idade começou a expandir seu negócio em plena pandemia e antes de chegar onde está hoje, errou várias vezes. “Meu avô era empreendedor e minha mãe já empreendeu, então, acho que isso está no meu sangue. Minha família é judia e meus avós maternos, sobreviventes do Holocausto, sempre foram minhas referências. Depois que comecei a trabalhar, nunca desejei ser outra coisa além de dono do meu próprio negócio. Nunca me encaixei nos padrões clássicos de CLT e sempre pensei além”, lembra.
Em uma de suas experiências profissionais, Bruno trabalhou com uma ferramenta de CRM para relação com investidores e teve a ideia de lançar um novo produto. Foi sua primeira experiência como empreendedor, mas o sonho durou três anos e não deu certo. Depois, Bruno abriu seu segundo negócio: uma agência de publicidade. A empresa também não aconteceu e, depois destes dois fracassos, nasceu finalmente, a companhia que Bruno toca hoje com sucesso. “Desde quando vim para São Paulo, em 2017, fiquei usando o cheque especial até 2020. Peguei dois empréstimos em bancos, quando, finalmente, o negócio deu certo e começou a crescer bastante. Adoro transmitir conhecimento e mesmo que um dia eu tenha condições financeiras, não pretendo parar de trabalhar”¸ garante o empresário.
Os erros básicos do empreendedor de primeira viagem
Com a experiência que tem hoje, Bruno olha para trás e enxerga claramente porque seus negócios anteriores ao Colabora deram errado. E, segundo ele, os erros que o acometerem são as mesmas falhas básicas que comprometem o sucesso de muitos empreendedores mais jovens e inexperientes, como:
– erro na escolha do modelo do negócio
– erro na precificação do produto / serviço
– erro na escolha de sócio(s)
– erro na definição do público-alvo correto
– erro nas estratégias de vendas
Para minimizar os erros, Bruno dá algumas dicas importantes:
Aprenda a fazer conta
O empreendedor precisa saber fazer contas básicas e entender se o modelo de negócio escolhido faz sentido. Ticket médio baixo precisa vender muito – você vai conseguir? Ticket médio mais alto pode vender menos, mas vai ter gente ou empresa para comprar? E por aí vai…
Valide seu produto ou serviço
Antes de investir tempo e dinheiro no seu negócio, faça o MVP e valide se existe demanda do mercado por aquele produto ou serviço.
Não escolha seu sócio por impulso
Não chame alguém para ser seu sócio só por ser da família ou amigo. Os conhecimentos precisam ser complementares. E, mais que isso, esta pessoa tem a mesma vontade de dar certo que você?
Organize sua vida financeira
Achar que empreender sem dinheiro funciona é uma falácia. São historinhas que contam por aí… Tenha reserva financeira e “gordura” para queimar durante o tempo em que o negócio não prospera, o que, normalmente, ocorre depois de dois anos.
Bruno ressalta, ainda, a importância de aprendizado sobre as tão faladas soft skills, habilidades fundamentais não só para quem empreende, mas, também, para quem trabalha como colaborador. “As soft skills fazem parte da nossa personalidade. São as nossas características pessoais e, hoje em dia, o sucesso das empresas está diretamente relacionado a ter pessoas em seu time que tenham estas habilidades alinhadas à missão, à visão e aos valores do negócio”. O especialista destaca algumas destas habilidades fundamentais para estar à frente de um negócio de sucesso:
Resiliência
É o que ajuda o empreendedor a seguir pelo longo e árduo caminho sem desistir, acreditando no seu plano.
Confiança
Provavelmente, ninguém vai acreditar e confiar em você antes de você dar certo. Portanto, confie em você mesmo e vá! Não espere tapinha nas costas de ninguém!
Disciplina
Faça todos os dias exatamente o que precisa ser feito e não o que você gosta ou quer.
Foco na solução
Não perca tempo com o problema; invista tempo na solução! E não reclame, pois foi você quem escolheu esse caminho.
Inteligência emocional
Calma e sabedoria são essenciais para percorrer o caminho como empreendedor e passar pelos momentos ruins com a cabeça boa, seguindo o plano traçado e acreditando em você mesmo.
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