Brasileiros optam por investir em imóveis em Portugal

Com uma moeda mais forte e o mercado imobiliário valorizando a cada dia, brasileiros optam por investir na compra de imóveis fora do país

O número de brasileiros que optam por tentar uma vida lá fora vem crescendo a cada ano e Portugal está na lista dos países mais concorridos, seja pela facilidade da língua ou pelo custo de vida mais acessível.

Segundo um levantamento feito pela equipe da CNN, com base em dados cedidos pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), do Ministério dos Negócios Estrangeiros, a imigração de brasileiros ao país europeu cresce há seis anos consecutivos e atingiu, em março deste ano, a marca de 211 mil pessoas.

Mas, além dos que optam por se mudar de vez para as terras lusitanas, há os que viram em Portugal uma forma de ganhar dinheiro, investindo na compra de imóveis.
Segundo Giovani Oliveira, especialista na área de investimentos imobiliários no país, muitos brasileiros estão vendo essa oportunidade como forma de investir seu dinheiro. Ele explica que 30% a 35% de sua operação hoje é de brasileiros que estão em busca desse negócio.

“Com a taxa SELIC beirando os 14% mas com a alta da inflação, muitos brasileiros desanimam em manter seus investimentos no Brasil. A valorização do Euro, ao longo dos anos, fez com que esse mercado se abrisse como uma nova oportunidade de investimento com possibilidade, inclusive, de projetos futuros de mudar de país”, diz ele.

Fazendo parte desta estatística a publicitária, Valéria Glanzmann, também decidiu investir na Europa, ela comprou um apartamento em Braga e já está colhendo os frutos do investimento.

“Em 2020 meu filho foi assaltado, o que me fez pensar em sair do Brasil. De lá pra cá pesquisei muito por países os quais fossem mais fáceis manter uma vida parecida com a que temos aqui e Portugal foi uma das opções. O grande desafio seria a moradia, tendo em vista que o aluguel, arrendamento como eles chamam, é muito caro. Foi aí que surgiu a oportunidade de comprar um imóvel como forma de investimento. Estudei e entendi melhor este mercado e cheguei a conclusão que seria interessante seguir com a compra”.

Segundo Giovani, o público que busca por essa oportunidade normalmente, está acima dos 40 anos com família formada e possui, em média, renda acima de 10 mil reais, mas existem várias oportunidades no mercado, basta pesquisar.

Então como começar?

E para quem acha que esse negócio está muito longe da sua realidade, Giovani explica que não é necessário ter visto e nem ter vínculo com Portugal. O principal é que o valor da prestação não exceda 30% do salário ou renda mensal do interessado. O primeiro passo é procurar regiões mais baratas e com grande procura, como é o caso de Porto, Braga e Setubal, que possuem rentabilidade alta com baixo custo de aquisição. Lisboa ainda é a região mais cara e portanto, menos acessível.

“O que facilita é que é possível dar a entrada – de 20% a 30% do valor do imóvel – e o restante quem paga é o próprio inquilino, pois os valores do aluguel são altos e acabam sendo o dobro do valor da parcela do financiamento. O proprietário paga a parcela e ainda, muitas vezes, consegue guardar um valor significativo que sobra do aluguel”, explica ele.

Valéria não se arrepende e diz que uma consultoria ajuda muito no processo. “Para mim foi o melhor investimento que eu fiz e recomendo. Os juros são menores que no Brasil, meu dinheiro está valorizando e o apartamento está se pagando sozinho. Calculando o valor que eu recebo de aluguel e considerando que esse valor está 22% acima da rentabilidade do valor investido, estou segura de que fiz a coisa certa para mim e para a minha família.”

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