Especialista em RH dá dicas para elevar o patamar de feedbacks
O tema feedback, segundo a sócia-diretora da CDH (Competência no Desenvolvimento Humano), Bettina Krutman, tem sido amplamente trabalhado nas organizações e nas formações de liderança há muito tempo. “Estas formações acabam trazendo os elementos mais básicos do feedback, que têm grande importância, mas, em geral, acabam não dando conta de fornecer recursos para gerenciar o impacto emocional do feedback ou de situações de conflitos dele decorrentes”, afirma a administradora.
Sabendo que o feedback é uma das ferramentas mais importantes para o desenvolvimento da equipe, fornecer, especialmente à liderança, recursos e ferramentas para tirar um pouco do receio de dar e receber feedbacks mostra-se, para Bettina, fundamental no ambiente de alta pressão e complexidade em que vivemos.
“Pesquisas apontam que 38% dos feedbacks dados, ao invés de melhorar o desempenho individual, acabam comprometendo-o. Constatou-se também que isto acontece quando abalamos a autoestima da pessoa que recebe o feedback. Sabemos que a empatia se mostra fundamental para preservar a autoestima”, revela Krutman, deixando a seguinte questão pairar: “O que podemos fazer, então, para sermos mais empáticos e elevar o feedback e a gestão de relacionamentos para outro patamar?”.
A sócia-diretora da CDH afirma que existem algumas teorias e práticas que trouxeram à tona um olhar mais profundo sobre a empatia e a gestão dos relacionamentos. “Estas nos permitiram entender que os conflitos nascem a partir de interesses e sentimentos não considerados dos envolvidos numa relação. Portanto, reconhecer seus próprios sentimentos e necessidades, bem como os sentimentos e necessidades do outro e da relação, tornou-se chave para que situações de conflito e feedbacks mais difíceis possam ter desfechos que tragam ganhos para todos os envolvidos e para as organizações”, afirma.
Entendemos, com as palavras da administradora, que para lidar com feedbacks mais difíceis, é necessário, especialmente para quem está dando o feedback, criar uma abertura para entender que a pessoa que o recebe, tem outros sentimentos e necessidades não menos importantes que os seus, e, que se não houver espaço para serem considerados, certamente acabará fazendo algum tipo de comunicação destrutiva, mesmo sem ter esta intenção.
“Como o mais difícil no feedback não é a teoria e sim a prática, seguem algumas dicas importantes que com certeza nos ajudam a elevar o feedback para outro patamar: o uso da Inteligência Emocional pode nos fornecer alguns recursos para ler e gerenciar sinais de conflitos dentro de nós e na relação com o outro; e, a aplicação da técnica da Comunicação não Violenta pode nos ajudar a nos comunicarmos de forma mais empática, ensinando-nos a trazer em nossa fala as observações sobre o comportamento do outro, ao invés de julgamentos moralizadores, assim como nos sensibilizando para a leitura dos sentimentos e necessidades dos envolvidos”, fomenta Bettina.
Através de suas experiências práticas, Krutman verificou que a aplicação destes recursos tem feito muita diferença nas relações pessoais e profissionais.
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