O MAU USO DO EMPREENDEDORISMO, lições que TODOS devemos aprender!

Quais as lições que um mau uso de qualquer recurso ou atividade pode nos trazer?

Já pensaram que o Empreendedorismo também pode ser fonte de erro, crime, se for mal usado?

Que infelizmente existem pessoas com grande potencial e talento que empregam muito mal seus dons?

Pior! Que de tudo isso todos os que desejam ser empreendedores (lembrando da tese que empreendedorismo acontece em qualquer lugar, não é necessariamente um projeto de se abrir um negócio próprio),  DEVEM extrair dessa situação lições para vencer?




IMPORTANTÍSSIMO: abstraia totalmente o sentido literal de empreendedorismo para não interpretar de forma incorreta este artigo. Não se trata de louvar atividades ilícitas, mas de observar DE FORA o que está por trás dos comportamentos ilícitos.O que fez com que tantos projetos criminosos que por exemplo a Lava Jato descobriu fossem por tanto tempo tão bem sucedidos! Com certeza temos muitas lições de empreendedorismo a aprender desses usos destrutivos de talento.

Vamos entender um pouco mais?

Nas teses de Coachng e n PNL há um principio que diz que TODO comportamento mesmo negativo possui um objetivo positivo.

Vamos tomar como exemplo o assassinato recente daquele ator feito pelo pai da namorada. O fato em si é DEPLORÁVEL, ninguém em sã consciência conseguiria aprovar algo do gênero, claro que não!! Porém, saiamos totalmente da situação, e raciocinemos de uma perspectiva bem racional:

O pai da moça não aprovava o namoro. Isso o incomodava e lhe causava aborrecimentos. Para ele livrar-se dessa situação que PARA ELE era muito ruim, ele concluiu que deveria eliminar a origem do transtorno. Assim, matou o menino.




TESE: toda a ação negativa tem um objetivo positivo. Qual foi a ação negativa? O assassinato. Qual foi o objetivo positivo? O fim da perturbação do assassino!! Ele criou em sua mente um plano para eliminar seu obstáculo e o cumpriu sem titubeação. Com certeza tinha seus relacionamentos para manter um ar normal e poder articular seu “projeto”. Da mesma forma, enxergava e compreendia perfeitamente a situação em que estava inserido e tinha uma opinião própria e firme sobre ela: não queria que a filha se envolvesse com o namorado, enxergava uma situação de não desejar que a filha estivesse desprotegida; via a situação do namoro como um risco para a moça, ou seja, visualizou mental e claramente o cenário para chegar à conclusão do que exatamente queria e assim partiu firmemente em direção ao plano, que para nós enquanto pessoas envolvidas pelo acontecimento, soou terrível.

De novo tenho que lembrá-los que esta análise não leva em conta o fato em si, apenas serve para demonstrar como um fato negativo pode ter objetivos positivos e neste caso ser um “exemplo” de uma atividade empreendedora!

Então daí, de uma atitude do MAL, DA MORTE, surgem lições para o BEM, para a VIDA, para o EMPREENDEDORISMO:

  • Estabeleça SEMPRE objetivos, fixe metas – procure com assertividade saber o que você deseja!
  • Tenha acuidade sensorial, ou seja, entenda o que você está vendo, sentindo e ouvindo o que está acontecendo com você, empreendedor do futuro. Compreendendo-se você terá plenas condições de traçar as metas mais aderentes possível ao que está buscando em qualquer situação.
  • Cuide sempre dos relacionamentos: o sucesso de quaisquer objetivos, pessoais ou profissionais depende bastante das conexões que você constrói. Busque estar em sintonia com pessoas que possam trazer-lhe crescimento, desenvolvimento, ou até mesmo pessoas que não o valorizem tanto, pois destas situações ruins é que muitas vezes conseguimos enxergar os erros que eventualmente cometemos. O empreendedor não se intimida nem desanima por receber alguma crítica. Parece um clichê, mas é verdade! Analise as situações em que, por força de uma crítica de um chefe seu, ou seus pais, você decidiu que mostraria quem era de fato. Pense!

Vamos pensar um pouco mais: como você acha que se comporta um advogado de defesa de um criminoso sem a menor compaixão pelos outros, um serial killer, um pedófilo? O profissional tem que saber isolar o crime em si, colocar-se de fora da situação e enxergar o cliente como alguém que teve um objetivo “positivo” realizando o ato que fez! É complicado não é?

O empreendedor, em qualquer situação, DEVE saber “olhar de fora” dos acontecimentos ruins de forma a enxergar neles chances de se desenvolver e crescer, auxiliando os demais que dependem dele direta ou indiretamente. Por esta razão, para um verdadeiro empreendedor NÃO EXISTEM CRISES! Esta é a premissa básica de quem deseja empreender, seja como dono de seu próprio negócio, seja como líder de times, seja como professor em uma sala de aula, um sacerdote, um palestrante, enfim qualquer pessoa, em qualquer situação pode e deve empreender, sair do comum.

Temos visto em noticiários, revistas, mídias tantas e tantas situações e pessoas que até julgávamos acima de suspeitas, estarem ou serem envolvidas em crimes de corrupção ativa ou passiva, lavagem de dinheiro, tráfico de influência, drogas, armas a ponto de não mais termos confiança em nada e ninguém não é mesmo? Mas tomando nossa tese de comportamento negativo que carrega sempre objetivo positivo, pensemos em como essas pessoas conseguiram criar um ambiente tão favorável à sua ação a ponto de obterem tudo o que planejaram. Ok, foram descobertas e seus crimes punidos, mas NOVAMENTE, vamos abstrair das situações em si e enxergar além, procurando aprender com o mal, algo que traga o bem.

Imaginem o PCC: “Primeiro Comando da Capital, uma organização criminosa do Brasil Esse grupo comanda rebeliões, assaltos, sequestros, assassinatos e narcotráfico. A facção atua principalmente em São Paulo, mas também está presente em 22 dos 27 estados brasileiros, além de países próximos, como Bolívia, Paraguai e Colômbia.” (trecho extraído da Wikipedia).

Não vamos defende-lo, mas vamos verificar o que os faz tão eficientes em suas ações “empreendedoras”, sim porque se analisarmos sua organização, verificaremos que eles são empreendedores, com a imensa ressalva de que são aliados do Mal.

No entanto se novamente tomarmos o princípio de que toda a atitude negativa encerra um objetivo positivo, verificaremos, again, que sim, eles ensinam lições de empreendedorismo que são utilíssimas para você que planeja em sua vida algo novo, diferenciado, que o leve a realizar seus projetos e sonhos. Não tenho aqui o objetivo de discutir as ações dos criminosos, pois não é este o objetivo e nem tampouco defendo práticas ilícitas.

Desejo mostrar-lhes que do mal pode surgir o bem!! É sempre assim em todos os acontecimentos da vida! Parem, reflitam sobre isso!




Então, quais são as lições que as quadrilhas, as milícias, os grupos de traficantes, terroristas nos “ensinam” e que são os pontos relevantes para o empreendedorismo:

  • Inovação constante: o pensar em ações diferenciadas dos demais faz uma pessoa destacar-se do todo, sair da média e ficar no desvio-padrão. Um empreendedor jamais contenta-se em ficar naquela região da barriga do gráfico estatístico. Ele precisa procurar as extremidades. Já percebeu que o crime organizado sempre inventa alguma forma de conseguir o que deseja? Faça a mesma coisa!!
  • Encantamento: sim, os criminosos conseguem “encantar” as pessoas com suas atitudes. È só verificar o que fazem os chefes de jogos de azar, ou facções criminosas que dominam comunidades: promovem festas, conseguem ambulâncias, constroem escolas, postos de saúde, compram cestas básicas, providenciam moradia, auxiliam em reformas, etc, etc. Com isso eles “ganham” os moradores das comunidades. Claro que há os que os “respeitam” por medo, mas há muitos que até mesmo os defendem. Então, o empreendedor precisa encantar seu cliente, para criar o círculo virtuoso da fidelização.
  • Comunicação: o empreendedor precisa saber vender seu produto para o publico e mais que isso, convencer que é o melhor! Então esta atitude da comunicação está intimamente ligada à anterior. Só comunicar não é suficiente, você precisa provar sua excelência. O que as quadrilhas fazem? Tudo o que planejam criar é extremamente mostrado até como uma forma de intimidar rivais. Então temos mais uma lição.
  • Multiplicação: quadrilhas ou quaisquer criminosos sabem muito bem que para terem uma ação eficaz precisam de aliados, assim conseguem espalhar-se, infiltrar-se , não tendo receio de ficarem mais fracos por repassarem suas informações, ao contrário, eles criam uma rede extensa do mal. De igual forma o empreendedor do bem precisa comportar-se. Por exemplo, em uma Corporação, um verdadeiro líder empreendedor, multiplica seus talentos, ensinando seus colaboradores, motivando-os a repassarem os conhecimentos integralmente, pois desta forma com certeza estenderão as boas práticas que contagiarão toda a empresa.
  • Propósito: qualquer ação que deseje ser bem sucedida necessariamente requer um significado útil, um propósito para dar sentido a todo o esforço empenhado. Criminosos articulam suas ações desta forma. Imaginem o assassinato da vereadora Marielle. Claro que quem o concebeu tinha o “bom propósito” de deixar o caminho livre de obstáculos que poderiam minar e destruir os “projetos” dos grupos envolvidos na situação. O empreendedorismo requer um objetivo, um propósito. Realizar algo porque é moda, ou sem um objetivo de criar algo que seja útil a algum fim tende a levar o idealizador ao fracasso.
  • Escolha: toda a ação encerra uma escolha com o significado de que um caminho é abandonado em benefício de outro. Quando isso acontece, a correta atitude é esquecer o que foi declinado e se concentrar com foco total no escolhido. As facções criminosas executam suas ações desta forma: planejam algo, estudam as alternativas de o fazerem e escolhem uma delas, esquecendo das demais, focando no escolhido. Os grupos corporativos envolvidos nos escândalos de corrupção agiram desta forma, nada foi realizado sem escolha e foco no escolhido. O empreendedor precisa ter a coragem de fazer suas escolhas e focar.
    • Flexibilização: se o que está sendo realizado não for funcional, é necessário flexibilizar-se para os devidos ajustes de ação. Se o projeto for rígido e, ao encontrar obstáculos não repensar formas de ultrapassá-los, jamais logrará sucesso. A estrada rumo a ele é curva, não retilínea. Quantas correções de trajeto um grupo empresarial precisou pensar para poder extrair o máximo de vantagens ilícitas? Se permanecesse sempre agindo da mesma forma, certamente seria autuado muito mais cedo do que o foram. Então, saber navegar na tempestade é extremamente importante!
    • Assertividade, Planejamento e Foco: nem há necessidade de falarmos muito, tanto do lado do mal, quanto do bem. Todo projeto ilícito teve reuniões de planejamento, buscou alinhavar etapas de consecução dos planos, talvez até os dividiu em partes para se chegar ao todo, sempre com foco e atividades claramente estruturadas e direcionadas. Assim também deve ser o empreendedorismo do bem. Sem planejamento não há projeto que vingue.




  • Motivação: essa palavra é chave em qualquer time seja do mal ou do bem. A motivação do mal são os ganhos financeiros, o poder, a manipulação de comunidades pelo medo. O ser humano adora sentir poder. As guerras modernas são fruto da necessidade de imposição da força, de se mostrar o quanto se é melhor. Já a motivação do bem é a atitude de quem deseja fazer os demais tornarem-se criaturas melhores pela aquisição de conhecimento, de valorização pessoal e profissional, de inclusão, de respeito, de totalidade como ser humano. O empreendedor em qualquer situação passa uma energia que contagia e torna o ambiente favorável ao pleno sucesso. Se ele perceber que não consegue fazer isso, precisa parar e refletir para retomar o empreendimento. Empreender é entregar para integrar!
  • Missão: como, criminoso tem missão? Sim, sempre lembrando da abstração da situação em si, os diversos grupos do mal tem sua própria razão de existência, possuem uma missão e até mesmo um código grupal como se fosse um código de ética do grupo. O PCC possui um código e todos os integrantes do grupo precisam estar alinhados com esses parâmetros. Eles possuem sua própria “missão”, qual seja a de através de sua organização obterem vantagens ilícitas, espalharem suas ações e influências em todas as áreas possíveis, arregimentarem o máximo, principalmente de jovens para suas fileiras (lembram-se do Estado Islâmico?). Da mesma maneira os empreendedores necessitam descobrir qual sua missão de vida para entenderem perfeitamente o que de melhor podem criar para promoverem bem-estar, conhecimento, aprendizagem, desenvolvimento pessoal e profissional, inclusão social, respeito à natureza e tantas outras recompensas que um trabalho direcionado ao bem, extraindo lições do mal pode realizar.

Em linhas gerais estas são algumas das lições que o empreendedorismo do Bem pode capturar do Mal.

Na PNL há um princípio que ensina que todas as pessoas possuem os recursos dos quais necessitam para realizar quaisquer projetos. Por que será que as pessoas ligadas a ilícitos conseguem ser tão eficazes no que fazem e muitas vezes uma pessoa considerada correta, por mais que se esforce encontra tanta dificuldade em chegar a seus objetivos? O que será que falta? A resposta é: NADA. O que talvez falte é a disposição de se buscar dentro de si as forças que existem e estão guardadas ou escondidas. È desafiador? Sim, muito. Nem sempre estamos dispostos ou disponíveis para a busca desses talentos. Mas não há outra forma a não ser a coragem de se permitir encontrar essas qualidades e recursos.

Outro ponto é que temos muitas crenças, diferentemente das pessoas do lado do mal que esquecem tudo isso e simplesmente pelo objetivo maior lançam-se nos projetos destruidores. Se transformarmos essa disposição para o bem, imaginem o que seria deste nosso país tão cheio de recursos e pessoas criativas, mas muitas vezes sem a capacidade por quaisquer motivos de exercerem essa grande qualidade.

Empreendedor não pode parar. O empreendedorismo é para todos. Todos temos a tarefa de criar um ambiente ecologicamente correto e o ecológico aqui não está relacionado à proteção do meio ambiente (também, claro), mas muito mais à geração de valor que esteja em consonância com o desenvolvimento sustentado da comunidade onde vivemos.

Lembrem-se: Empreender é Entregar para Integrar!! 

Espero que tenham gostado!!

Mandem seus feedbacks! É importante para aprimoramento deste trabalho!

Muito obrigada!!

Maria da Penha Amador Pereira, Economista formada pela Pontificia Universidade Católica de São Paulo com especialização em Desenvolvimento Econômico.

Atuou em carreira corporativa na antiga Companhia Energética de São Paulo, Banco do Estado de São Paulo e no Citibank, onde desenvolveu carreira por aproximadamente 30 anos em Controladoria, Planejamento Estratégico, Segurança de Informações, Gestão de Crises e Continuidade de Negócios, Qualidade, Projetos de Melhorias de Processos e Produtos Bancários, Controles Internos, Auditoria, Governança Corporativa, Regulamentação Bancária e Compliance.

Atualmente é escritora com obras já publicadas, Master Coach e PNL, Orientadora e Mentora de Carreiras, Palestrante e Educadora Financeira, tendo publicado mais de 55 artigos em Portais de Empreendedorismo, mídias sociais, jornais e revistas regionais e LinkedIn, além de ter participado de vários seminários e fóruns sobre diversos temas ligados à realidade brasileira e Compliance.

1 COMENTÁRIO

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here