A Volta do Jeitinho Brasileiro
A cultura norte-americana está enraizada em nós. Desde crianças, consumimos mídia estadunidense. É parte de nós, muitas vezes até sendo nostálgico.
Vingadores, Star Wars… Isso é normal, e não necessariamente algo ruim. Isso é consequência de um planejamento do próprio país, que investiu pesado em sua cultura e arte.
Hoje em dia, outra cultura está dominando o mundo: a da Coréia do Sul. Mesmo que você não seja fã, você com certeza já ouviu uma música de K-Pop. A maior banda do gênero, BTS, é hoje a mais popular banda no mundo, sendo maior até do que os Beatles foram em seu auge.
Além da música, séries como Round 6 (Squid Game, em inglês) – a série mais assistida da história da Netflix, com mais de 1,65 bilhões de horas assistidas – e filmes como o vencedor do Oscar ‘Parasita’ são grandes exemplos de como a cultura sul-coreana tem dominado o mundo.
Como isso aconteceu? Investimento. Investir na cultura para muitos parece algo sem razão, mas é o que ajuda a levar nossa cultura para mais lugares e pessoas, assim fazendo com que outros países também acabem indiretamente investindo em nossa própria cultura.
Mas isso é responsabilidade do governo, não? O que eu posso fazer sobre isso? Do que isso adianta para mim, em meu trabalho?
A cultura brasileira é rica. Do samba ao futebol, a nossa culinária, o famoso “jeitinho brasileiro”… E como crescemos com tantas influências estadunidenses, é comum utilizarmos essas como referências, ao invés da cultura rica da qual viemos. Histórias brasileiras com nomes como Johnny ou Steven, ao invés de João ou Carlos são comuns.
A verdade é: quanto mais emprestarmos da cultura brasileira na hora de criarmos, mais originais seremos. Às vezes temos medo de que o contrário seja verdade, já que estamos tão acostumados com o Brasil no nosso dia a dia.
Mas a verdade é que quando se fala de arte – ou mesmo em outras áreas – estamos tão acostumados com modelos estrangeiros que quando trazemos algo do nosso próprio dia a dia, parece algo novo e diferenciado.
Um grande exemplo disso é a editora de quadrinhos nacional (e projetos transmidiáticos) Guará. Uma das únicas editoras totalmente brasileiras a lançar quadrinhos mensais com histórias originais, eles se assemelham a uma Marvel, com histórias de diferentes gêneros, com muita ação, heróis, mundos diferentes… Mas todos com um grande foco na brasilidade. Nomes brasileiros, inspirações visuais e temáticas da nossa cultura… Tudo isso ajuda a tornar a Guará uma força criadora de histórias poderosas e originais.
Por isso, a próxima vez que ouvir do famoso “jeitinho brasileiro”, ao invés de colocá-lo de lado como algo ruim, ou algo clichê, considere usar essa vasta cultura como inspiração, tornando o nosso dia a dia em originalidade.
Nascido em 2001 e formado em cinema pela Full Sail University, na Flórida, EUA, Lucas atualmente estuda Rádio e TV na Anhembi Morumbi. Já trabalhou em múltiplas gravações de vídeos institucionais, com edições de vídeos, em curtas e no NXT, o famoso programa de luta livre internacional.