EFEITO BBB
Há pouco mais de um mês tivemos a estreia da vigésima segunda edição do Big Brother Brasil, apresentando recorde de audiência e uma seleção nobre de marcas patrocinadoras como as gigantes Coca-Cola, McDonald’s, Pantene, Avon, Americanas, entre outras.
Por mais que uma grande parte da população brasileira veja o BBB como um programa vazio, não há como negar sua influência, especialmente nos últimos três anos desde que o elenco do programa passou a contar com pessoas conhecidas pela mídia, sejam elas atores, cantores, atletas e rostos conhecidos por milhões nas redes sociais.
Esse novo formato implementado em 2020, marcando a vigésima edição do programa, foi uma jogada de mestre do diretor geral Boninho, que assume também o controle de outros programas renomados da Rede Globo como “Caldeirão”, “Domingão com Huck” e “Zig Zag Arena.
Boninho vem sendo aclamado por ter promovido mudanças certeiras e necessárias dentro da emissora, uma vez que a mesma vem sofrendo os efeitos da era digital e se vê num momento de recolocação na corrida dos meios de comunicação para conquistar a atenção do público num mundo onde o que não falta mais é conteúdo para ser consumido.
Durante a edição de 2019, última composta apenas por participantes até então desconhecidos pelo público, o programa viu sua audiência despencar, registrando o pior resultado da história da “casa mais vigiada do Brasil”. Com um investimento não tão alto para os padrões da Globo e um retorno financeiro expressivo, abrir mão do reality show como um todo seria arriscado. Porém, com a decadência da audiência, apostar em mudanças no formato era o único caminho, já que o Big Brother vem ocupando um espaço nobre da emissora há mais de duas décadas e representa um importante pilar em sua programação.
O que não se esperava era que, juntamente com a implementação de um Big Brother Brasil diferenciado, a pandemia do coronavirus chegaria obrigando o isolamento da população, que encontrou no programa uma distração em um momento angustiante, já que o BBB não foi interrompido como aconteceu com diversas produções de conteúdo.
É justo afirmar que a pandemia impulsionou a audiência do BBB, mas o fator predominante para esse resultado foi a entrada dos rostos conhecidos pelo público. Muito se especulou se esse novo formato seria bem aceito, porém quando o jogo começou, ficou claro que, aos olhos do público, essa diferença no histórico dos participantes não era relevante. Muito pelo contrário, os jogadores já conhecidos se viam obrigados a provar que mereciam ocupar as vagas tão disputadas dentro do programa.
A interação tão próxima entre os dois grupos de jogadores trouxe discussões interessantes para a mesa da psicologia e iluminou questões envolvendo saúde mental, a cultura do cancelamento, e a desmistificação de estereótipos.
Após duas temporadas de muito sucesso nesse novo formato e uma terceira ainda em andamento na programação da Globo, o Big Brother Brasil se encontra hoje como um dos carros-chefe da emissora, sendo uma das plataformas mais relevantes para quem sonha em ingressar no mundo digital e fazer dinheiro com as tão famosas publis.
Há também quem entra no jogo a fim de reverter opiniões formadas através dos sites de fofoca, e quem só está ali para mostrar a pessoa por trás do artista.
Seja qual for a real intenção de cada jogador, uma coisa é certa, o prêmio em dinheiro passou a ficar em segundo plano.
Marina Vecchi é Produtora Audiovisual e Mestre em Produção de Cinema pela Full Sail University, nos Estados Unidos. Marina atuou no setor de Home Entertainment da Sony Pictures Brasil como Assessora de Imprensa. Já nos Estados Unidos, trabalhou como assistente de produção em séries como “Westworld”, “Kidding”, produzida e protagonizada por Jim Carrey, o clássico da tv americana “The Goldbergs” e a série original do Youtube vencedora do prêmio Emmy 2020, ‘Could You Survive the Movies?’. Agora baseada em Seattle, Marina atua no departamento de cinema do estado de Washington na aprovação e suporte de produções cinematográficas e séries de tv produzidas na região com o incentivo do estado.
